Grande parte do material roubado em Tancos "não é obsoleto"

"Referi, exclusivamente, que os lança-granadas foguete LAW provavelmente não estavam em condições de serem utilizados com eficácia, mas tenho que reconhecer que depois disso todas as intervenções públicas que ouvi de várias matizes fizeram o serviço de tornar obsoleto todo o material, o que não é verdade", sublinhou o general Pina Monteiro na Comissão de Defesa.

audio TSF\audio\2017\07\noticias\25\gen_pina_monteiro_1 O general Pina Monteiro reafirma a gravidade do roubo e explica que nunca disse que todo o armamento estava inoperacional

O restante material, em particular os explosivos, garante o chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA), estavam ativos, tendo em conta a informação que lhe foi prestada pelo chefe de Estado-Maior do Exército.

O general não soube dizer quando tinha sido feito o ultimo inventário antes do assalto, mas manifestou dúvidas de que o material possa ter sido roubado ao longo dos tempos. O chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas defendeu ainda que não houve colaboração interna por parte do Exército.

O general classificou todo o caso como "grave", não apenas o roubo do material de guerra, mas também o facto de uma instalação militar ter sido assaltada.

audio TSF\audio\2017\07\noticias\25\gen_pina_monteiro_3 O general defende que não houve colaboração interna do Exército no assalto a Tancos

O chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas garantiu ainda que nunca chegou ao Centro de Informações e Segurança Militares (CISMIL) qualquer informação ou rumor sobre uma potencial ameaça em relação aos paióis de Tancos.

audio TSF\audio\2017\07\noticias\25\gen_pina_monteiro_4 O general Pina Monteiro garante que as Forças Armadas nunca receberam qualquer alerta para a ameaça de roubo

"Posso garantir que nunca houve qualquer informação prévia que chegasse ao CISMIL [integrado no Estado-Maior General das Forças Armadas], nunca chegou qualquer informação sobre ameaça ou que poderia existir uma ameaça neste sentido", afirmou o general Pina Monteiro.

Pina Monteiro sublinhou ainda que o nível de segurança das instalações militares está dependente das informações prestadas pelos serviços de informações, civis e militares, assim como do Sistema de Segurança Interna.

Várias perguntas dos deputados da Comissão de Defesa ficaram sem resposta devido à investigação que ainda está a decorrer e aos relatórios classificados.