O fim do inquérito da Operação Marquês, que envolve José Sócrates, é um dos processos aguardados com maior expetativa no novo ano judicial, que começa na quinta-feira.
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A data de 15 de setembro foi o prazo limite imposto pela Procuradoria-Geral da República (PGR) para a conclusão da investigação (com acusação ou arquivamento) do processo que tem José Sócrates como principal arguido.
Contudo, Amadeu Guerra, diretor do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), em entrevista à SIC, em finais de julho, disse que não garantia que o prazo fosse cumprido.
Com a abertura do ano judicial aguardam-se também desenvolvimentos nos processos BPN, BES, Secretas, Vistos Gold, Operação Furação e Operação Aquiles, esta última com a detenção de dois inspectores da PJ por alegadas ligações aos traficantes de droga.
São também esperados novos dados sobre a investigação da Operação Fizz, que colocou em prisão preventiva, durante mais de três meses, o procurador Orlando Figueira por suspeitas de corrupção passiva, branqueamento de capitais e falsidade informática num caso relacionado com o arquivamento de processos sobre o fluxo de capitais angolanos.
Orlando Figueira foi o procurador responsável por processos relacionados com capitais angolanos e o Caso Banif, que arquivou.
O julgamento do caso vistos Gold, que tem, entre os arguidos, o social-democrata e ex-ministro da Administração Interna Miguel Macedo e o antigo presidente do Instituto de Registos e Notariado António Figueiredo, é outro acontecimento deverá ocorrer durante o novo ano judicial.
O caso está relacionado com a aquisição de vistos 'Gold' por estrangeiros que queiram investir/residir em Portugal e investiga indícios de corrupção ativa e passiva, recebimento indevido de vantagem, prevaricação, abuso de poder e tráfico de influência.
Outros processos da Operação Furação, relacionados com fraude fiscal, deverão chegar à barra do tribunal, num ano judicial em que serão também lidas as sentenças do caso das Secretas, que envolve o antigo diretor do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED) Jorge Silva Carvalho, e do caso BPN, cujo julgamento se arrasta há mais de cinco anos, tendo como um dos arguidos o banqueiro Oliveira Costa.
Em investigação continua a Operação Aquiles que levou à detenção de dois inspetores da PJ, um dos quais no ativo, por alegadas ligações aos narcotraficantes.
Já na criminalidade económico-financeira, prosseguem os inquéritos relativos ao Grupo Espírito Santo que conduziu à derrocada de um dos maiores bancos portugueses presidido por Ricardo Salgado, um banqueiro que chegou a ser designado como "dono disto tudo".