Depois da Luz Saúde e da CUF, o Grupo Lusíadas também deverá cessar o acordo com a ADSE.
Corpo do artigo
O Grupo Lusíadas está a analisar "opções para a cessação das atuais convenções existentes com a ADSE". Em comunicado, o grupo do hospital privado revelou que o Conselho de Administração considera que "o imperativo de garantia de qualidade e segurança clínica dos seus clientes (beneficiários desse subsistema público) poderá vir a ser sistemicamente afetado com as regras e procedimentos atualmente vigentes".
Como tal, o Grupo Lusíadas revela que as "regularizações a posteriori" e a "definição da tabela de preços" têm de ser tidas em conta.
Primeiramente, os hospitais privados do grupo deverão tratar da "regularização dos preços dos atos médicos a posteriori por parte da ADSE, sem ter em linha de conta o tratamento e atos prestados a cada cliente".
Será ainda exigida uma "tabela de preços desajustada da realidade", já que, considera o grupo, há "valores incompatíveis com os padrões de segurança e qualidade" dos Lusíadas.
A decisão foi tomada após diversas reuniões internas das unidades hospitalares e das direções clínicas e o Grupo Lusíadas garante que vai assegurar "o adequado acompanhamento e tratamento aos Clientes da ADSE que se encontrem a ser assistidos nas Unidades do Grupo".
"O Grupo Lusíadas Saúde continua a manter-se, no entanto, totalmente disponível para a construção de soluções de parceria que garantam um compromisso justo, equilibrado, seguro, previsível e sustentável para todos os intervenientes, passível de garantir, acima de tudo, a qualidade dos atos e a segurança clínica para os Clientes das suas unidades de saúde", reitera o grupo em comunicado.
Leia o comunicado na íntegra:
"O Conselho de Administração do Grupo Lusíadas Saúde está a analisar opções para a cessação das atuais convenções existentes com a ADSE, por considerar que o imperativo de garantia de qualidade e segurança clínica dos seus Clientes (beneficiários desse subsistema público) poderá vir a ser sistemicamente afetado com as regras e procedimentos atualmente vigentes.
Em causa, estão essencialmente os seguintes pontos:
1. Regularizações a posteriori: a regularização dos preços dos atos médicos a posteriori (mais de dois anos depois nos casos atuais em discussão) por parte da ADSE, sem ter em linha de conta o tratamento e atos prestados a cada Cliente, de acordo com as suas necessidades específicas, e por parte da ADSE, sem ter em linha de conta o tratamento e atos prestados a cada Cliente;
2. Definição da tabela de preços: existência de uma tabela de preços desajustada da realidade atual. Tratam-se de valores incompatíveis com os padrões de segurança e qualidade com que alinhamos a nossa prestação de serviços e com o nível de experiência que fazemos questão de garantir a todos os Clientes que nos procuram, incluindo os beneficiários da ADSE.
Neste contexto de cessação das atuais convenções, e depois de diversas reuniões internas com as suas Unidades operacionais e respetivas Direções Clínicas, o Grupo Lusíadas Saúde assegurará, contudo, o adequado acompanhamento e tratamento aos Clientes da ADSE que se encontrem a ser assistidos nas Unidades do Grupo, assim como criará uma tabela própria para que os mesmos beneficiários possam aceder às nossas Unidades, podendo posteriormente pedir o reembolso à ADSE em regime livre.
O Grupo Lusíadas Saúde continua a manter-se, no entanto, totalmente disponível para a construção de soluções de parceria que garantam um compromisso justo, equilibrado, seguro, previsível e sustentável para todos os intervenientes, passível de garantir, acima de tudo, a qualidade dos atos e a segurança clínica para os Clientes das suas unidades de saúde.
Oportunamente, e após a necessária análise do conteúdo contratual das convenções em vigor, comunicaremos às partes os procedimentos operacionais relevantes, em especial quanto aos prazos da cessação das convenções e consequente cessação da marcação de atos em regime convencionado."
LEIA MAIS:
- Depois da CUF, a Luz Saúde também rompe com ADSE. Marcelo pede "bom senso"
- "Insustentável." Proprietário dos hospitais CUF suspende convenção com a ADSE
- Se não querem, venham outros. ADSE admite deixar grupos Mello e Luz e arranjar novos parceiros
- Afinal, os hospitais privados vão continuar a operar beneficiários da ADSE
- Conflito entre ADSE e privados deve aumentar adesão à greve da função pública