As teorias de que o fim do mundo acontece no dia 21 de dezembro de 2012 tiveram origem em dois monumentos da antiga civilização Maia, em especial uma estela chamada "El Tortuguero", descoberta em 1957-58. No entanto, os especialistas em cultura Maia garantem que a interpretação correta não passa pelo apocalipse, mas pelo início de uma nova era.
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Foi na década de 70 que as teorias e as interpretações das profecias da civilização Maia começaram a ganhar alguma popularidade. Os Maias ficaram conhecidos por criarem calendários e ciclos de tempo muito longos. Um dos maiores ciclos era o Baktun que tinha perto de 400 anos e treze Baktuns correspondiam a uma Grande Contagem, ou seja, 1.872.000 dias ou 5.125 anos.
A última Grande Contagem começou a 11 de agosto de 3114 a.C. e termina justamente em dezembro de 2012. A diferença reside na interpretação do fim dessa Grande Contagem. No extremo estão os que acreditam no fim do mundo. No outro estão os estudiosos da cultura Maia que acreditam que é o início de um novo tempo, de uma nova era e o regresso a um novo Dia Zero.
As profecias do fim do mundo tiveram origem em dois monumentos. O primeiro é a estela 6, um monumento feito de um só bloco de pedra, conhecido como "El Tortuguero", encontrado no Sul do México nos finais da década de 50. Os fragmentos do texto escrito pelos Maias neste monumento, que está incompleto, contam a história de um governante local e fazem referência ao Baktun 13, ou seja, o fim dos 5.125 anos.
Há ainda referência ao deus Bolon Yokte, uma divindade ligada à criação e à destruição, o que também contribuiu para o lado apocalítico das teorias desenvolvidas.
O outro monumento é a estela 1, localizado na cidade de Cobá, no norte de Quintana Roo, no México. Nesta pedra há várias referências ao calendário da Grande Contagem e ao dia 21 de dezembro de 2012, mas o monumento está muito danificado e torna impossível ler mais informações.
De acordo com arqueólogos e investigadores, os Maias não faziam profecias. Em declarações à BBC World, Daniel Juaréz Cossio, responsável pela ala dedicada à civilização Maia no Museu Nacional de Antropologia do México, explica que o calendário Maia não determinava apenas a ordem dos dias. Era uma combinação de datas, batalhas, feriados, ciclos agrícolas, entre outros elementos.
Aliás, explica este arqueólogo, os Maias não tinham uma visão linear do tempo e da história. Para esta civilização a passagem do tempo era ciclíca e algo só chegava ao fim para dar início a outra coisa.