Rogério Alves, advogado do casal McCann, considerou na TSF que não há dados novos nos documentos revelados pelo Wikileaks que justifiquem a reabertura do processo.
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O advogado do casal McCann em Portugal, Rogério Alves, disse em declarações à TSF que se opõe à reabertura do inquérito sobre o desaparecimento de Madeleine em Lagos, no Algarve, em 2007.
Em causa está um telegrama da embaixada norte-americana revelado pelo Wikileaks que indica que foi a polícia inglesa que apresentou as provas que determinaram que o casal McCann fosse constituído arguido.
O telegrama, citado pela jornal britânico The Guardian, descreve uma conversa entre os embaixadores do Reino Unido e dos EUA em Portugal, pouco depois de Kate e Gerry McCann terem sido constituídos arguidos.
Contudo, Rogério Alves considerou que estas suspeitas das autoridades inglesas não trazem nada de novo ao processo.
«Essas informações são totalmente inúteis. Trazem apenas uma referência a uma prova que o Ministério Público e a Polícia Judiciária (PJ) consideraram completamente inútil, que consistia nuns cães que tendo ladrado, mas não podendo depor em tribunal naturalmente, constituiriam um qualquer indício contra os pais da criança», referiu.
«Abrir o processo sim, quando isso contribuir para se saber onde está a criança e o que lhe terá acontecido, abrir o processo não, quando é para rever o que já foi visto pela PJ e pelo Ministério Público, que muito bem consideraram que esses indícios eram absurdos e insubsistentes», acrescentou Rogério Alves, justificando que «ninguém num estado de direito democrático pode ser levado a tribunal com base no ladrar de cães. Isso é absurdo».
Opinião diferente tem o antigo inspector da PJ, Gonçalo Amaral, que também em declarações considerou que houve uma intervenção política no processo, por isso, pediu ao Ministério Público a reabertura do mesmo.