
REUTERS/Miguel Vidal
A análise das caixas negras do comboio que descarrilou em Santiago de Compostela revelam também que o comboio circulava a pouco mais de 150 kms/hora na altura do acidente.
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As autoridades espanholas começaram a revelar as primeiras informações recolhidas das caixas negras do comboio que, na passada quarta-feira, descarrilou em Santiago de Compostela.
De acordo com as informações divulgadas pelo Tribunal Superior de Justiça da Galiza, o maquinista, Francisco José Garzón Amo, estava ao telefone com elementos da Renfe, empresa de caminhos-de-ferro espanhola.
Da conversa telefónica, adianta o tribunal, deduz-se que que os dois elementos falavam sobre o destino do comboio e o percurso até Ferrol.
A instância judicial informou igualmente que a composição circulava a 153 quilómetros por hora no momento do descarrilamento.
«Nos quilómetros antes do local do acidente, o comboio circulava a 192 quilómetros por hora», acrescentou o tribunal, num comunicado, indicando que «um travão foi ativado alguns segundos antes do acidente».
Garzón já tinha admitido em tribunal que cometeu uma imprudência e, reconhecendo o excesso de velocidade, falou em distração. Tudo informações coincidentes com os primeiros dados retirados das caixas negras.
Outra revelação, feita hoje pelos jornais espanhóis, são as declarações feitas por Garzón no momento a seguir ao acidente. O maquinista terá afirmado que tinha ferimentos ligeiros e perguntou quantos feridos havia.
Adiantam os jornais que a polícia evitou a questão e, perante o nervosismo do maquinista, aconselhou calma, ao que o Garzón retorquiu: como quer que fique calmo? com aquilo que causei... prefiro morrer.
Dos 66 feridos ainda hospitalizados 15 estão em estado crítico.
A empresa que gere a ferrovia espanhola já adiantou que o sistema de segurança mais avançado está instalado em 80 quilómetros do troço Ourense-Santiago, onde ocorreu o acidente.
No entanto, o sistema não pode ser utilizado pelo comboio de alta velocidade por falta de homologação.