O Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças não acredita na eficácia da vigilância nos aeroportos para travar o ébola.
Corpo do artigo
Numa altura em que os ministros europeus da Saúde se preparam para debater um reforço das medidas por causa do ébola, o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças alerta que não vale a pena reforçar a vigilância nos aeroportos.
Seguindo o exemplo de casos de epidemias anteriores essa é uma vigilância desnecessária e cara.
Num relatório comunicado, esta terça-feira, o centro diz que os exames que são feitos não mostraram no passado ter capacidade para impedir ou atrasar a transmissão de epidemias.
O centro lembra que não aconselhou este procedimento quando se tratou da gripe A ou do dengue e o mesmo acontece agora com a febre hemorrágica.
A instituição europeia dá um exemplo quando a gripe das aves estava no auge a Austrália fez praticamente dois milhões de controlos, detectando quatro falsos positivos e deixou passar 25 casos suspeitos.
Para tentar travar os contágios o centro diz que seria mais benéfico que o exame fosse feito no país de origem porque não é provável que na viagem de avião entre os paises afetados e a Europa os sintomas apareçam.
Já nas viagens com 12 horas ou mais faz sentido porque uma pessoa pode embarcar sem sintomas e aterrar com febre.
Em relação aos exames que já estão a ser feitos por exemplo nos Estados Unidos a medição da febre mostrou 77 falsos positivos, pessoas que foram impedidas de viajar e que no final não tinham ébola.
Já o cidadão liberiano que morreu no Texas viajou sem problemas
Neste momento só o Reino Unido, o Canadá e os Estados Unidos estão a controlar os passageiros nos principais aeroportos, até ao fim-de-semana a Inglaterra espera adoptar o mesmo procedimento em relação aos comboios que atravessam o Canal da Mancha.
A Organização Mundial de Saúde anunciou entretanto que o ritmo abrandou no aparecimento de novos casos de ébola, mas a organização diz que a epidemia não parou de alastrar e espera-se que esta semana o número de casos de infecção alcance os 9 mil.