As baixas temperaturas que afectam a Europa há uma dezena de dias causaram a congelação do rio Danúbio, perto do porto de Silistra, no noroeste da Bulgária, pela primeira vez no último quarto de século, uma coisa que não acontecia desde o inverno de 1984-1985.
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Além da Bulgária, a congelação de uma parte do Danúbio obrigou a Áustria, a Croácia, a Sérvia e a Hungria a suspenderem a navegação.
Em todo o continente, e particularmente na Europa Oriental e nos Balcãs, o frio contina a matar e o número total de mortos era este sábado de 620, contando com a Rússia, noticiou hoje a agência noticiosa France Presse.
Mais três pessoas morreram na Sérvia e sete no Kosovo, elevando para 47 o balanço das vítimas mortais devido ao frio nos Balcãs do sul (19 na Sérvia, sete no Kosovo, 11 na Bósnia, quatro no Montenegro, três na Croácia, dois na Macedónia e um na Albânia).
Cerca de 110 mil pessoas estão ainda isoladas em aldeias remotas da Sérvia e do Montenegro e a capital montenegrina, Podgorica, estava paralisada por um manto de neve que ultrapassou os 50 centímetros, um nível jamais atingido no último meio século.
No sul do Kosovo, uma avalancha soterrou 11 pessoas, duas das quais foram recuperadas sem vida. As restantes nove encontravam-se ainda presas sob a neve e uma equipa de salvamento estava a tentar resgatá-las.
Na Roménia, oito pessoas morreram de hipotermia nas últimas 24 horas, aumentando o balanço oficial para 65 mortos, ao passo que cerca de 30 mil pessoas, um número que desceu para metade desde sexta-feira, estavam hoje ainda retidas em casa por blocos de neve congelada.
Na Ucrânia, as autoridades pararam de divulgar diariamente novos números de mortos pelo frio. Os últimos anunciados, na terça-feira, apontavam pelo menos 135, fazendo da Ucrânia o país onde o balanço de vítimas mortais foi mais pesado.
Na Polónia, as baixas temperaturas mataram 82 pessoas desde o início da vaga de frio e cerca de 50 pessoas morreram asfixiadas por monóxido de carbono ou em incêndios causados por falhas nos sistemas de aquecimento.
Na Rússia, 46 pessoas morreram desde o início de fevereiro. O frio matou igualmente 24 pessoas na Lituânia, dez na Letónia e uma na Estónia.
Na República Checa, onde eram esperadas hoje e domingo temperaturas de -40ºC nas montanhas e -25ºC em Praga, o balanço é de 25 mortos. Dezasseis pessoas morreram na Hungria e cinco na Eslováquia.
A Bulgária, onde o frio fez 30 mortos em dez dias, viu-se obrigada na sexta-feira a cessar as suas exportações de eletricidade, por precisar de toda a sua capacidade para responder à procura interna.
Na Grécia, houve cinco mortos e em Itália, onde o balanço ascendeu a mais de 45 mortos, continuava hoje a nevar intensamente em diversas regiões.
Em França, duas pessoas perderam a vida na sexta-feira à noite, elevando para 14 o número de mortos em dez dias.
Na Turquia, o fornecimento de gás proveniente do Azerbaijão foi retomado após vários dias de interrupção, causada por uma avaria provocada pelo gelo numa plataforma de extração no mar Cáspio, segundo a agência de imprensa Anatólia.
A vaga de frio está também a atingir o norte de África, particularmente a Argélia, onde 46 pessoas morreram devido ao frio numa semana.