A investigadora da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade de Lisboa, Cristina Ponte, sublinha à TSF que os encontros de jovens, como o do Parque das Nações, não são sinónimo de violência. A PSP concorda.
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O fenómeno chama-se "meet", palavra inglesa para "encontro". São encontros que os jovens organizam através das redes sociais.
À TSF, Cristina Ponte, investigadora da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade de Lisboa, deixou antes de mais uma garantia: estes encontros acontecem com frequência e não devem ser vistos com maus olhos.
«É algo bastante frequente nos jovens que sentem que, estando ligados através das redes sociais, quando estão reunidos, é uma celebração da sua energia e da sua força», disse.
Na sociedade atual, são muitas vezes as redes sociais que dão aos jovens a possibilidade de agregação. Daí que este tipo de encontros seja importante para eles.
Os desacatos, sublinhou a investigadora social, são uma exceção à regra, porque «a esmagadora maioria dos jovens não é delinquente nem deseja ser».
Cristina Ponte manifesta algum receio de que as notícias dos desacatos no centro comercial levantem uma onda de racismo: «A questão da raça continua a ser algo que nos deve fazer pensar até que ponto não alimenta certos estigmas».
O caso faz lembrar, segundo Cristina Ponte, o arrastão da praia de Carvavelos que afinal não era arrastão, tendo havido uma «tendência para confundir um pequeno grupo de jovens com o grupo todo».
A «cultura de pares», realçou a investigadora, «faz parte da adolescência». É ir para estar, tal como num festival. Com a diferença de que um "meet" não custa dinheiro. Encontros com o patrocínio do facebook ou do twiter, a verdade é que as redes sociais são agregadoras.