O presidente do Observatório de Segurança defendeu, este sábado, mais policiamento em Portugal e alertou para o «problema gravíssimo» de proliferação de armas no país. Para o Observatório da Proliferação de Armas, os incidentes de Loures só foram diferentes porque foram filmados.
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O presidente do Observatório de Segurança defendeu, este sábado, a propósito dos recentes tiroteios no bairro da Quinta da Fonte, em Loures, mais policiamento em Portugal, apesar de reconhecer o esforço que tem sido feito pelo actual Governo.
«É preciso mais policiamento em zonas mais frágeis ou perigosas», disse o general Garcia Leandro, acrescentando que a falta de polícias é «uma questão que se está a levantar à escala mundial», à medida que o problema de segurança se está a agravar em vários países.
«Portugal é ainda um dos países menos perigosos», mas onde acontecimentos como os ocorridos em Loures «se vão repetindo», alertou.
Para o presidente do Observatório de Segurança, para além da falta de policiamento, o país está confrontado com o «problema gravíssimo» de proliferação de armas, apesar de existir uma lei que visa controlar o problema.
O general Garcia Leandro alertou que existem «muitas armas distribuídas, umas legais e outras ilegais», lembrando que Portugal sempre foi um «país com muitas pessoas armadas», por causa da caça, por exemplo.
Além disso, acrescentou, «há uma alteração comportamental das pessoas» em Portugal, já que actualmente «mata-se com grande facilidade».
O general considerou ainda que o aumento da criminalidade resulta também de problemas sociais e económicos graves e sublinhou que o país não deve ficar surpreendido se incidentes como os registados em Loures se voltem a repetir.
Entretanto, Fernando Roque Oliveira, responsável pelo Observatório da Proliferação de Armas, da Comissão Nacional Justiça e Paz, disse à agência Lusa que os incidentes com armas ocorridos em Loures «só são diferentes porque foram filmados» e passaram na televisão.
Fernando Roque Oliveira afirmou, no entanto, que as imagens dos incidentes de sexta-feira são «extremamente preocupantes», porque se «pode ver a existência de armas, não só de caçadeiras mas de armas mais sofisticadas», no país.
Roque Oliveira defendeu «uma acção continuada, bem planeada, com boa informação e bem executada» para recolher as armas em Portugal.