Alheios à polémica suscitada pelas considerações da responsável do Banco Alimentar sobre o que devem ser os padrões de vida dos portugueses, milhares de voluntários desdobram-se nos armazéns e supermercados para levar novamente bens essenciais a quem mais precisa.
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No armazém do Banco Alimentar Contra a Fome em Alcântara, em Lisboa, o ambiente é de azáfama, animada por um projeto de rádio da Universidade Autónoma.
Ao som de Rui Veloso, José Cid, Paco Bandeira ou Boss AC, pessoas de todas as gerações, credos, opções políticas e desportivas, unem esforços debaixo do mesmo teto para que os alimentos continuem a chegar às instituições que apoiam milhares de pessoas em todo o país.
«Isto é um ambiente de festa, é uma grande festa de solidariedade», conta à agência Lusa a presidente da Federação Portuguesa de Bancos Alimentares Contra a Fome, Isabel Jonet, numa pausa entre os inúmeros contactos telefónicos e instruções que a operação exige.
O balanço que faz até ao momento aponta para 1300 toneladas de alimentos recolhidas no sábado. «Aquilo que verificámos foi que o volume de alimentos foi sensivelmente igual ao do ano passado», afirma.
Enquanto uns laboram no armazém para organizar todos os bens doados, outros recolhem os alimentos em 1600 lojas, um pouco por todo o país.
A estimativa de 38.500 voluntários poderá ser ultrapassada, uma vez que acorreram muitas pessoas aos armazéns no sábado, mas só no final da campanha será possível ter a contagem final.