Política

Embaixada da Palestina em Portugal muda placa e hasteia nova bandeira

Global Imagens (Arquivo)

"Trocaremos a placa da nossa embaixada e hastearemos com orgulho uma nova bandeira palestiniana com as suas belas cores para assinalar a histórica e corajosa declaração política de Portugal de reconhecer o Estado da Palestina como um Estado soberano com plenos direitos", avançou esta quarta-feira a embaixada

A embaixada da Palestina em Lisboa vai trocar, na próxima sexta-feira, a sua placa e hastear uma nova bandeira numa cerimónia que visa assinalar o reconhecimento do Estado palestiniano por Portugal, foi esta quarta-feira anunciado.

"Trocaremos a placa da nossa embaixada e hastearemos com orgulho uma nova bandeira palestiniana com as suas belas cores para assinalar a histórica e corajosa declaração política de Portugal de reconhecer o Estado da Palestina como um Estado soberano com plenos direitos", avançou esta quarta-feira a embaixada.

A cerimónia, marcada para as 11h00 de sexta-feira, marcará "uma mudança de estatuto" da representação palestiniana, passando a nova placa a designar o local como embaixada, disse fonte da representação diplomática.

A alteração será feita na sequência do reconhecimento por Portugal do Estado palestiniano, assumido formalmente nas Nações Unidas a 21 de setembro.

"Hoje, dia 21 de setembro de 2025, o Estado português reconhece oficialmente o Estado da Palestina", anunciou na altura o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, numa declaração feita na missão portuguesa junto das Nações Unidas, em Nova Iorque.

"Neste dia em que Portugal reconhece o Estado da Palestina e em que reafirma a sua vontade de fortalecer as profundas e antigas relações de amizade do povo português com o povo israelita e as renovadas e auspiciosas relações de amizade com o povo palestiniano, exortamos, do fundo dos nossos corações, a que cessem todas as hostilidades, a que se dê uma oportunidade ao restabelecimento da ajuda humanitária, a que se abra uma fresta de luz para a paz", disse Paulo Rangel.

O reconhecimento por Portugal do Estado soberano da Palestina aconteceu numa semana em que a mesma decisão foi formalizada por nove outros países, numa conferência de alto nível sobre a solução de dois Estados (Israel e Palestina) na região, à margem da Assembleia-Geral da ONU.

Além de Portugal, também a França, que esteve na base da iniciativa, Andorra, Austrália, Bélgica, Canadá, Luxemburgo, Malta, Reino Unido e São Marino reconheceram a Palestina.

A decisão de Portugal foi aplaudida pelo presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, que a considerou "um passo importante e necessário" para alcançar "uma paz justa e duradoura, baseada na legitimidade internacional".

A embaixadora da Palestina em Lisboa, Rawan Sulaiman, considerou o reconhecimento como "uma mensagem clara" enviada ao Governo israelita sobre os direitos dos palestinianos.

Pelo seu lado, o embaixador de Israel em Lisboa, Oren Rozenblat, rejeitou o "reconhecimento unilateral" português do Estado da Palestina, que considerou uma "declaração equivocada" que "prejudica qualquer perspetiva de paz e serve apenas para recompensar o terrorismo".

A existência oficial de uma embaixada só pode acontecer quando o país anfitrião reconhece o representado como Estado soberano e o seu líder como embaixador e representante oficial dos interesses do país de origem.

O embaixador tem a capacidade de negociar acordos, e manter relações diplomáticas e institucionais, sendo que a embaixada é considerada território do país de origem (neste caso, da Palestina), operando sob as leis desse país.

Lusa