Francisco Louçã defendeu, este domingo, que Portugal precisa de um governo de esquerda e apelou aos desiludidos com o PS, PSD e CDS-PP para darem um voto de confiança ao BE.
No discurso de encerramento da VII Convenção do BE, Francisco Louçã fez questão de dizer que se dirigia, pela primeira vez, aos militantes do PS, PSD e CDS-PP, frisando que é preciso fazer um caminho difícil para obter a maioria.
«Todos os diálogos só nos demonstraram que são precisos mais. Quem só fala com quem está de acordo consigo pode ser capaz de fazer uma seita, mas só quem vai à luta e procura convergência é que será capaz de fazer uma esquerda grande», defendeu, sendo muito aplaudido.
O líder do Bloco frisou que é preciso fazer um governo de esquerda, clarificando assim a sua posição, depois das criticas que foi ouvindo ao longo do dia na VII Convenção do partido, que decorreu em Olaias, Lisboa.
«Um governo de esquerda é preciso para juntar quem queira recusar a bancarrota, quem queria defender o emprego e a pensões», quem esteja «contra a brutalidade financeira, contra o roubo aos salários e às pensões» e quem «queira defender uma economia de decência», referiu.
No seu discurso, dirigiu-se a quem está desiludido com o PS, afirmando que o voto nos socialistas não deixa hoje qualquer dúvida.
«Elogio a frontalidade daquele programa que o PS assinou com o PSD e o CDS. Está lá tudo ou quase tudo. Está sobretudo uma medida que tem que ver com o regime social, que é uma medida de extremismo radical», afirmou.
O coordenador do Bloco de Esquerda não poupou também o PSD e Nogueira Leite, considerando que as contas feitas por PS, PSD e CDS vão prejudicar os portugueses.
«Os salários e as pensões ficarão congelados por força do acordo» entre a "troika", PS, PSD e CDS e os portugueses vão perder «todos os meses», devido à «inflação puxada pelo aumento do IVA, que, no fim do período do do acordo com o FMI, de três anos, já chegará a oito ou dez por cento», alertou.
Francisco Louçã propôs uma reforma fiscal que traga mais justiça e ainda uma auditoria às contas do país.
Nas legislativas de 5 de Junho, o Bloco procura «eleger mais deputados, uma esquerda mais vibrante e mais capaz de levantar o país em todos os distritos».
O líder bloquista terminou a intervenção com um apelo dirigido aos jovens, para que transformem o dia 5 de Junho num novo 12 de Março, dia da manifestação da "Geração à Rasca", que reuniu milhares de pessoas.