Gil Garcia considerou que as estratégias do BE e do PCP não têm dado bons resultados a não ser ao PS e mostrou não acreditar num Executivo PS/BE sem Sócrates e com as ideias bloquistas.
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O lista da Ruptura/FER, que este domingo, na VII Convenção do partido, em Lisboa, conseguiu manter os onze lugares na Mesa Nacional, apelou mais uma vez a uma verdadeira união de esquerda.
«Enquanto cada um de nós anda na sua bicicleta, [José] Sócrates continua a ganhar as eleições. Enquanto a direita se consegue unir, na esquerda cada um vai na sua bicicleta e essa é a tragédia do país há 30 anos e particularmente nos últimos dez anos», criticou, prevendo que é isso que vai acontecer nas eleições de 5 de Junho.
Em voz exaltada, Gil Garcia, critico da actual liderança do BE, considerou que mesmo que mude o líder do PS não haverá espaço para entendimentos com os socialistas à volta das propostas do BE.
«Imaginar que vai haver um dia um governo do PS sem Sócrates que vai taxar os off-shores é uma pura fantasia, como dizia [Luís] Fazenda. Imaginar que vai haver algum dia um governo PS com o BE e mesmo sem Sócrates e que seja capaz de travar a precariedade é outra fantasia», afirmou, considerando «bizarra» a ideia de o BE formar governo com um PS não liderado pelo actual primeiro-ministro.
Se a liderança do PS no futuro por ocupada por Francisco Assis, António Costa ou António José Seguro, com quem líderes bloquistas «andaram de braço dado em torno da candidatura de Manuel Alegre», e o BE formar um executivo com os socialistas, «não será um governo de esquerda», alertou.
Gil Garcia acrescentou que esse executivo «não vai renegociar a divida, vai continuar a pagar a dívida, mesmo que ela seja renegociada».