O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, disse hoje confiar que quer as autoridades gregas, quer italianas, conseguirão ultrapassar a instabilidade e cumprir os acordos firmados.
Estou muito optimista e acredito que a Itália sairá desta situação e acredito na democracia italiana», disse o antigo primeiro-ministro aos jornalistas à margem de uma conferência em Lisboa.
Barroso manifestou a mesma confiança nas autoridades gregas que, sublinhou, «farão agora tudo o que estiver ao seu alcance para cumprir os acordos firmados».
O chefe do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira, Klaus Regling, exortou hoje a Itália a colocar o mais depressa possível em prática medidas que tranquilizem os mercados, numa entrevista a vários jornais europeus.
«A Itália não tem muito tempo para tranquilizar os mercados», declarou ao salientar que a terceira economia europeia «tem necessidade de ter um governo capaz de funcionar o mais rapidamente possível» e garantiu que o fundo de resgate europeu está preparado para ajudar a Itália se as turbulências persistirem.
Pressionada pelo Fundo Monetário Internacional a alcançar uma «clarificação política», a Itália acelerou na quinta-feira os esforços para a formação de um governo credível com o nome do ex-comissário europeu Mário Monti apontado para suceder a Berlusconi.
Já na Grécia, depois da demissão do governo de coligação grego, chefiado por Lucas Papademos, tomou hoje posse no palácio presidencial, indicam imagens transmitidas em direto pela televisão pública Net.
O novo governo de unidade nacional grega é agora liderado por Lucas Papademos, o ex-vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE) e tem como principal tarefa dar uma primeira limpeza ao monstro da crise da dívida grega.
Entre os primeiros trabalhos de Papademos está também a pacificação do cenário político grego e tentar reduzir as diferenças entre os socialistas do PASOK e os conservadores do partido Nova Democracia (ND), para evitar que a Grécia caia na bancarrota.
O novo primeiro-ministro terá também de convencer a União Europeia a o Fundo Monetário Internacional a descongelar a sexta tranche -- de oito mil milhões de euros - do primeiro resgate grego, que o país diz precisar até 15 de dezembro para pagar contas.
O plano de salvamento da economia grega, aprovado em outubro pelos os 17 governos da zona euro e os bancos, atribui à Grécia um novo empréstimo, de 100 mil milhões de euros, reduz a dívida pública em 100 mil milhões e atribui ainda ao país mais 30 mil milhões de euros em garantias estatais.
Em troca, Atenas terá de tomar medidas de austeridade ainda mais fortes, depois de dois anos de tentativas de redução da despesa pública, que provocou a contestação nas ruas e, agora, fez cair o governo de George Papandreou.
Papademos tem agora como trabalho liderar o executivo grego na aplicação do acordo feito com os parceiros da moeda única e de convencer o resto da Europa que a Grécia é estável o suficiente para se manter no euro e preparar as próximas eleições.