O bastonário da Ordem dos Médicos recebeu com «surpresa» e «preocupação» a notícia de que a Roche suspendeu o crédito a 23 hospitais do SNS com dívidas de mais de 135 milhões de euros.
Em causa estão, sobretudo, medicamentos destinados ao tratamento de vários tipos de cancro.
Ouvido pela TSF, José Manuel Silva, bastonário da Ordem dos Médicos, considerou que «não é aceitável ou tolerável» o corte deste medicamentos, nomeadamente, quando não existem substitutos válidos.
«[Vejo a notícia] com alguma surpresa e profunda preocupação. Esta medida, pré-anunciada, representa a incapacidade de o Governo fazer face aos seus compromissos na saúde, essenciais para conseguir continuar a tratar convenientemente os doentes portugueses, particularmente os doentes com cancro», afirmou.
O bastonário da OM recomendou que seja rapidamente encontrada uma solução «estável» que não implique restrições de qualquer tipo ao acesso, por partes de todos os doentes, dos tratamentos necessários.
José Manuel Silva considerou ainda que a Roche não pode ser responsabilizada de toda a situação, sublinhando que a indústria farmacêutica já tinha alertado o Governo.