O chefe de Estado assegurou que, apesar da austeridade e do forte desemprego, «mantém-se a coesão nacional» e tem havido um «grande sentido de responsabilidade» dos portugueses.
O Presidente da República considerou, esta segunda-feira, que «não há desestruturação social» em Portugal, apesar da austeridade e do elevado desemprego.
«Apesar da austeridade, famílias em risco de pobreza e grande desemprego, vale a pena sublinhar que se mantém a coesão nacional e que não há desestruturação social no nosso país», explicou Cavaco Silva, em entrevista à RTP.
Questionado sobre uma declaração de Freitas do Amaral que disse que se viviam dias semelhantes aos da perda da independência em 1580, Cavaco que esta comparação «não devia ser feita» até atendendo a se estar no 10 de Junho.
O chefe de Estado aproveitou ainda para lembrar que em Elvas, local onde se comemorou este ano o 10 de Junho, «se travou a batalha que se seguiu à Restauração em 1640: a batalha das linhas de Elvas, em que fomos vencedores».
Em entrevista ao programa "Prós e Contras", o chefe de Estado adiantou ainda que para além de «não existir fragmentação social», o povo português tem manifestado «grande sentido de responsabilidade ao longo deste tempo de grande dificuldade».
Cavaco Silva considerou ainda «de forma crescente, o Governo português tem vindo a reconhecer que, ao lado da consolidação das contas públicas, é necessário recolocar o relançamento da economia e a criação de emprego».
«É preciso corrigir os desequilíbrios que acumulamos no passado, mas é preciso pensar também no crescimento da produção e na criação de emprego», sublinhou.
Numa referência ao PS, o chefe de Estado disse ainda ter notado o «maior partido da oposição, até pelos encontros que tem realizado nos últimos tempos, reconhece que é necessário estabelecer compromissos para o futuro».
«E, na própria União Europeia, são cada vez mais os países e as instituições que sublinham que há um fracasso na resposta à situação económica», concluiu.
Nesta entrevista à RTP, Cavaco Silva rejeitou mais uma vez a ideia de dissolução da Assembleia da República, pedida por várias vozes nas últimas semanas.
O chefe de Estado reafirma que a bomba atómica só deve ser utilizada em casos extremos e na atual conjuntura do país isso só serviria para agravar ainda mais a crise que já existente.