O líder da tendência Alternativa e Responsabilidade do CDS-PP acusou Paulo Portas de ser um «referencial de instabilidade» e defendeu uma «nova fase» no partido.
«Queria congratular-me com as notícias que dão conta de uma solução de estabilidade para o Governo e quero também reforçar essa mensagem para os portugueses que viveram dias de grande agitação e estou certo, e é isso que sinto no partido, que há uma grande mobilização para encontrar soluções de estabilidade», afirmou Filipe Anacoreta Correia.
O conselheiro nacional falava aos jornalistas enquanto já decorria o Conselho Nacional do CDS-PP, convocado para deliberar o adiamento para 20 e 21 de julho do XXV Congresso do CDS-PP que estava marcado para sábado e domingo.
Filipe Anacoreta Correia não gostou de ouvir António Pires de Lima dizer que a liderança de Paulo Portas no CDS-PP «não era contestada», argumentando que «há muitos militantes» que não se reveem na situação criada pelo presidente do partido, ao demitir-se do Governo na terça-feira.
«Se já antes a sua liderança era contestada, hoje é mais, mesmo por quem o apoiou no passado. Entendemos que para o futuro isso vai ser determinante e vai abrir-se uma nova fase, uma fase do partido», afirmou.
«É um partido que vive muito da personalidade do doutor Paulo Portas, é uma personalidade forte, tem grandes méritos na sua ação política, demorará certamente tempo a ganhar algum distanciamento em relação à sua figura, mas estou certo que a partir de amanhã o partido não é o mesmo», sustentou.
Segundo Filipe Anacoreta, «muitos militantes querem realmente uma mudança, que tem que começar a ser preparada».