Economia

CGTP e UGT rejeitam relatório do FMI sobre oitava e nona avaliações

Arménio Carlos entende que este documento representa uma «ingerência» que mereceria uma «posição de repúdio do Governo português». Carlos Silva lembra que o «FMI não manda em Portugal».

O secretário-geral da CGTP apelou à rejeição do relatório do FMI sobre as oitava e nona avaliações ao programa de assistência financeira a Portugal, onde são as muitas as referências feitas ao Tribunal Constitucional.

Em declarações à TSF, Arménio Carlos chama à atenção para o facto de este documento representar uma «ingerência» nas questões internas de Portugal.

O líder da CGTP, que lembra que o país não aguenta mais austeridade, considera que esta «ingerência, no mínimo, justificava uma posição de repúdio por parte do Governo português».

Para Arménio Carlos, «na prática, o que o FMI está a dizer é que a Constituição tem de ser revista e assim está a dar cobertura ao que foi a apresentação recente do denominado guião para a reforma do Estado».

«Isto é uma situação gravíssima e tão grave quanto põe em causa a autonomia e independência de um país e simultaneamente a vontade expressa do povo português, que foi traduzida na aprovação desta Constituição», concluiu.

O líder da UGT rejeitou a ideia do FMI de que os salários em Portugal ainda são muito altos, sobretudo para os trabalhadores menos qualificados e recordou que o «FMI não manda em Portugal».

«Hoje, mais uma vez, ouvimos o primeiro-ministro em plena concertação social a assumir que a partir de 2014 poderá haver condições de se assumir um compromisso alargado entre parceiros sociais, Governo e empresários para que seja possível eventualmente um outro acordo tripartido», explicou Carlos Silva.