Portugal

Mandela: Cavaco diz que posição de Portugal foi «sempre clara»

Global Imagens/João Girão

O chefe de Estado garantiu que posição de Portugal relativamente ao pedido de libertação de Nelson Mandela «foi sempre clara, do princípio ao fim», e que apenas foi recusada a luta armada.

«Penso que o nosso embaixador seguiu aquilo que era a prática portuguesa, que era recusar a luta armada, tendo presentes os 400 mil portugueses que estavam na África do Sul, a guerra civil em Angola, a guerra civil em Moçambique e o que seria incendiar de guerras toda a África Austral», disse aos jornalistas em Viseu.

Cavaco Silva criticou aqueles que «falam de cátedra, mas nunca conheceram Nelson Mandela».

«Penso que alguns nunca mexeram uma palha para tentar mudar a situação na África do Sul», frisou.

Segundo o Presidente da República, Portugal apenas recusou a luta armada, e não mais do que isso, sendo o resto «manobras políticas internas» que lamenta.

Lembrou que Portugal aderiu à União Europeia em 1986 e foi ele que participou em todos os Conselhos Europeus até 1995 e não «esses que agora falam».

«Participei pelo menos numa dezena de Conselhos Europeus em que se discutiu a situação na África do Sul e o apelo para a libertação de Mandela e outros presos políticos. E a posição de Portugal foi sempre clara, do princípio ao fim. Nós exigimos a libertação dos presos políticos, queremos o fim do 'apartheid', mas não queremos a luta armada», contou.