Em entrevista na TVI, António Costa garantiu que não vai desperdiçar os 80 compromissos que foram apresentados por António José Seguro, durante a campanha das europeias e fixou prazos. O candidato à liderança socialista apresenta o programa da candidatura na sexta-feira.
O candidato à liderança socialista António Costa defendeu que o PS deverá encontrar uma solução interna até ao verão, reconhecendo que, embora preferisse uma opção «mais rápida», as eleições primárias «não são» um problema.
Em entrevista à TVI, o atual presidente da Câmara Municipal de Lisboa confessou que preferia uma solução «mais simples, mais fácil e mais rápida» do que as eleições primárias -- método proposto pelo atual secretário geral do PS, António José Seguro, para decidir quem será o candidato socialista nas próximas eleições legislativas.
Porém, Costa afirmou não querer discutir «questões metodológicas» e preferir «aguardar a proposta final de Seguro, garantindo estar «disponível» para «qualquer que seja o procedimento».
Costa anunciou que estará presente na reunião da comissão política nacional do PS marcada para quinta-feira, da qual deverá sair uma decisão sobre o modelo interno para escolher o candidato do partido a primeiro-ministro.
Se, como espera, da reunião resultar uma decisão, Costa formalizará a candidatura à liderança socialista logo na sexta-feira e apresentará as suas bases programáticas.
Quando questionado sobre a razão de avançar agora para a liderança do PS, Costa justificou ter sido «sensível» ao apelo de «muitos» socialistas. O autarca de Lisboa declarou que não o fez antes por ter achado «sempre que havia alguém mais adequado» para ser secretário-geral.
O que desencadeou a mudança foi o resultado socialista nas eleições para o Parlamento Europeu. «A pior coisa que o PS podia fazer era enfiar a cabeça» na areia e satisfazer-se com essa «vitória», sustentou.
Repetindo estar «disponível» para «liderar essa mudança», Costa sublinhou que «o PS tem que ter a ambição de formar um governo e de não ser só uma solução de governo».
Assegurando que «o PS não está esfrangalhado», o autarca lisboeta disse acreditar que o partido «sairá deste processo mais fortalecido».
Confrontado com as críticas de Seguro, limitou-se a dizer que não tenciona «registar» certas coisas. Rejeitando «debater nesse estilo as questões políticas», garantiu que não tem «nenhum problema pessoal com António José Seguro».