O secretário-geral do PCP diz que essa é a principal razão da ausência do primeiro-ministro e presidente do PSD na campanha eleitoral na Madeira, já que «o cabeça de lista do PSD [Miguel Albuquerque] também teria grandes dificuldades em mostrar Passos Coelho» aos madeirenses.
De visita ao Funchal, Jerónimo de Sousa fez questão de sublinhar que «as iniciativas que tomámos na Assembleia da República e na Assembleia Legislativa Regional levam-nos a este grande à vontade de estar aqui», ao contrário do primeiro-ministro, que «teria sempre grande dificuldade em explicar ao povo madeirense esta dupla penalização provocada pelo pacto de agressão e pelo pacto de agressão para a região».
Depois dos líderes Paulo Portas, António Costa e Catarina Martins terem viajado até à região para apoiar as candidaturas dos respetivos partidos, Jerónimo de Sousa marca presença no último dia de campanha, para pedir «mais votos para a CDU» que, acredita, «podem tirar a maioria absoluta ao PSD», salientando que «não basta mudar de caras» e que, apesar da saída de Alberto João Jardim, teme um «revivalismo do jardinismo sem Jardim».
Durante muitos anos, os comunista foram um alvo por parte do presidente demissionário, mas Jerónimo de Sousa esclarece: «o nosso problema com Jardim não eram as suas 'bocarras', era a política de direita, e o que interessa agora é saber se mudam os atores e também muda a política».
Apesar de admitir as «condicionantes» e os «preconceitos» que têm levado às dificuldades de crescimento da CDU (PCP-PEV) na região, o secretário-geral do Partido Comunista Português diz terminar a campanha com uma «grande confiança»
Também Edgar Silva, cabeça de lista, acredita que a CDU «vai crescer e vai ter mais votos», que vão levar a «uma representação parlamentar como nunca teve na Madeira». E acrescenta o atual deputado: «um deputado eleito pela CDU apresentou mais trabalho e teve mais propostas aceites do que os outros deputados todos juntos
Nas últimas eleições legislativas regionais, em 2011, a CDU foi a quinta força, obtendo 5.546 votos (3,7%), mantendo o seu deputado no parlamento da Madeira. As últimas sondagens indicam que pode alcançar entre dois a três deputados.
Às eleições legislativas antecipadas na Madeira, que foram convocadas pelo Presidente da República para o próximo domingo, concorrem 11 forças políticas, sendo oito partidos (PSD, CDS, JPP, BE, PND, PCTP/MRPP, PNR e MAS) e três coligações - Mudança (PS/PTP/MPT/PAN), CDU (PCP/PEV) e Plataforma de Cidadãos 'Nós Conseguimos' (PPM/PDA).