O Sporting venceu, esta noite, o Benfica por 1-0, no encerramento da 26ª jornada, e fixou-se no quarto lugar da Liga, com mais dois pontos que o Marítimo.
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O Sporting esteve quase sempre "por cima" no jogo, desde que bem cedo começou a ganhar a "batalha" do meio campo, graças a uma pressão alta exercida sobre os médios do Benfica, cortando o abastecimento ao ataque, deixando Cardozo entregue à sua sorte na frente e Rodrigo obrigado a recuar muito em busca da bola.
Aliás, o espanhol foi uma nulidade enquanto esteve em campo, visto que Elias o meteu "no bolso", com uma marcação irrepreensível, notável pelo sentido de antecipação e tempo de entrada aos lances, forçando Jorge Jesus a deixar o avançado nas cabinas ao intervalo para fazer entrar Yannick Djaló.
O Benfica foi sempre uma equipa partida, a começar por ter alinhado com um central, Luisão, inferiorizado fisicamente, que esteve na origem do penálti que decidiu a partida e que jogou praticamente ao "pé coxinho" até ser expulso perto do final do jogo, com as suas "pedras" mais defensivas sempre distantes de Gaitán, Bruno César, Rodrigo e Cardozo.
O Sporting, que se apresentou muito mais fresco do que o Benfica, apesar de ter menos 24 horas de recuperação da jornada europeia, conseguiu muitas vezes pressionar sempre os defesas e médios encarnados na primeira fase de construção de jogo, recuperar a bola em terrenos mais adiantados e iniciar aí os seus rápidos lances de ataque.
Witsel bem tentou suprir essa lacuna na ligação entre a defesa e o ataque, mas foi também muito bem marcado, ora por Schaars, ora por Matías Fernandez, e o Benfica acabou por se sentir órfão de Aimar, situação agravada pela pouca produtividade dos seus alas, Bruno César e Gaitán.
A bola chegava-lhes poucas vezes em condições, e quando chegava, o Sporting conseguiu, também, bloquear o Benfica nos corredores, com Izmailov a prestar preciosa ajuda a João Pereira na marcação a Gaitán, enquanto no lado oposto Insúa chegou e sobrou sempre para Bruno César, que é um jogador pouco dinâmico, só perigoso de pé na bola, coisa que teve pouco.
Acresce, ainda, que desta vez, Maxi Pereira não compensou essa lacuna do brasileiro, não dando a profundidade atacante que costuma dar ao flanco direito encarnado, por ter deixado transparecer falta de frescura física e porque Sá Pinto lhe colou Capel, obrigando-o a ter de estar preocupado em travar o espanhol, que se transformava na sua sombra quando aquele subia no terreno.
Perante este quadro, o Sporting manteve sempre o controlo e o ascendente no jogo, com uma exibição coletiva de grande qualidade, em particular do seu meio-campo, com Elias num plano acima de todos, quer a marcar, quer a recuperar ou a lançar o ataque, mas com Schaars, Izmailov e e Matías também num nível muito elevado.
Quando chegou o intervalo, o golo de vantagem do Sporting, obtido aos 18 minutos, na sequência de um penálti cometido por Luisão, que não devia ter jogado, soava a lisonjeiro para o Benfica, ao qual faltava claramente profundidade atacante para estender o jogo até à área do Sporting e que só criava algum perigo em lances de bola parada.
Na segunda parte, Jorge Jesus trocou o apagado Rodrigo por Yannick Djaló, mas não foi por isso que o Benfica registou uma ligeira melhoria, mas sim por ter sido capaz de emprestar um pouco mais de agressividade e dinâmica ao seu jogo, forçando, por vezes, o Sporting a baixar as linhas e a defender no último terço, ao contrário do que sucedera até ao intervalo.
Nem por isso, todavia, o Benfica ameaçou a vitória leonina, pecando por falta de lucidez e criatividade em posse de bola, perante um Sporting bem organizado, que passou a dispor de ainda mais espaços para efetuar rápidas transições ofensivas e "matar o jogo" com o segundo golo.
Ocasiões para isso não faltaram e se o Benfica se manteve "ligado à máquina" até ao fim do jogo a Wolfswinkel o deve, visto que o holandês, ainda muito "verdinho", não sentiu confiança e desperdiçou duas oportunidades de golo feito perante Artur, aos 61 e 72 minutos, a primeira numa oferta de Javi Garcia e a segunda num passe soberbo de Elias.
O Benfica chegou a assustar com um remate de Yannick Djaló que passou a centímetros do poste e em lances de bola parada, mas o Sporting esteve sempre mais próximo do segundo golo, uma vez por Izmailov, outra por Matías Fernandez, mas o guarda-redes Artur esteve em grande nível e evitou que a derrota fosse mais pesada.
Com este triunfo, o Sporting ultrapassou o Marítimo e fixou-se no quarto lugar da tabela, com mais dois pontos que os madeirenses.
Ficha de jogo:
Marcadores:
1-0, Wolfswinkel, 18' (grande penalidade)
Equipas:
- Sporting: Rui Patrício, João Pereira, Polga, Xandão, Insúa, Matías, Elias, Schaars (Daniel Carriço, 65), Izmailov, Wolfswinkel (Diego Rubio, 73) e Capel (Carillo, 89).
Suplentes: Marcelo, Daniel Carriço, Evaldo, Carillo, André Martins, Renato Neto e Diego Rubio
- Benfica: Artur Moraes, Maxi Pereira, Luisão, Garay, Emerson, Javi García (Nélson Oliveira, 62), Witsel, Bruno César, Gaitán (Nolito, 73), Rodrigo (Yannick Djaló, 46) e Cardozo.
Suplentes: Eduardo, Nolito, Yannick Djaló, Nélson Oliveira, Matic, Jardel, Capdevila
Árbitro: Artur Soares Dias (Porto)
Ação disciplinar: cartão amarelo a Luisão (17 e 90+1), Javi García (27), Schaars (40), Xandão (45), Nélson Oliveira (64), João Pereira (64), Polga (69), Nolito (76), Witsel (81), Daniel Carriço (81) e Elias (82). Cartão vermelho por acumulação de amarelos a Luisão (90+1).
A assistir a este encontro em Alvalade estiveram 47.409 espetadores.