Vencido o "muito receio" do Larouco, Carvalho tem "algo em mente" para o contrarrelógio da Volta
Ciclista foi o melhor português da oitava etapa, recuperou tempo para o russo Artem Nych e acredita que pode ter um lugar no pódio final.
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E ao nono dia, António Carvalho respirou de alívio na Volta a Portugal. O ciclista da ABTF Betão-Feirense foi terceiro na chegada à Serra do Larouco e o melhor português nesta oitava etapa, tendo apenas perdido o sprint final para Colin Stüssi, que é camisola amarela, e para Luis Angel Mate.
"É uma etapa muito importante para mim", contou à TSF, recordando que já a venceu por duas vezes. Habituado a ir "sempre do menos para o mais na Volta a Portugal", confessou que tinha "muito, muito receio" desta oitava etapa "por ser no dia a seguir ao descanso".
Só que "as pernas ajudaram" e António Carvalho acabou por conseguir ganhar tempo ao russo Artem Nych, que tinha partido para o Larouco a liderar a geral. "Não vou mentir, arranquei para a etapa a dizer que um minuto e meio é muito para poder vencer a Volta, porque não poderia ir com este tempo para o contrarrelógio final", reconheceu.
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Feitas as contas, o saldo é positivo: está agora a 38 segundos do russo. Para já, segue-se esta sexta-feira a chegada a Fafe e depois, no sábado, a mítica Senhora da Graça, em Mondim de Basto. Mas é na última etapa, em Viana do Castelo, que António Carvalho acredita ser possível dar um golpe na prova e superar a concorrência.
É para isso que se tem preparado. "Fiz questão também de ir treinar na 'cabra' porque tenho algo em mente para o contrarrelógio e porque acredito mesmo".
Ou seja, é nos últimos 18,2 quilómetros da Volta, corridos no domingo, que pode estar a chave para o sucesso: "Não digo que vença a Volta, mas acredito que posso fazer um lugar no pódio, o que já era muito bom para todas as circunstâncias que passei neste mês. Vamos ver o que é que as pernas me deixam fazer, espero que me levem a um bom lugar."
Para já, a chamada 'cabra' - a bicicleta para o contrarrelógio com a qual António Carvalho esteve a treinar no dia de descanso -, fica guardada para domingo. Antes, há que superar uma etapa entre Boticas e Fafe com início às 15h30 e uma passagem em terra batida: são 146,7 quilómetros com uma contagem de montanha de terceira categoria logo aos 15,7 quilómetros, em Alturas do Barroso.
O pelotão encontra depois duas metas volantes, em Salamonde (56) e Póvoa de Lanhoso (83,9). Após a quarta categoria de Golães (110,7), os ciclistas passam uma primeira vez na meta em Fafe, com essa passagem a acontecer já depois do sprint intermédio instalado naquela cidade (114,1).
O famoso sterrato, onde há uma contagem de montanha de terceira categoria (mais concretamente na Casa do Penedo, ao quilómetro 128,2), tem 4,5 quilómetros de extensão. Antes da chegada à Praça 25 de Abril, prevista para as 17h35, há empedrado inclinado.
O atual líder da geral, Colin Stüssi, de 30 anos, parte com 28 segundos de vantagem sobre Artem Nych (Glassdrive-Q8-Anicolor) e 34 para o espanhol Luis Ángel Maté (Euskaltel-Euskadi).