A Alemanha e a França reagiram discretamente à ameaça da Standard&Poor's de baixar a nota máxima de triplo A às duas maiores economias europeias.
Corpo do artigo
«Tomámos conhecimento da perspectiva negativa da Standard&Poor's», refere uma declaração conjunta da chanceler alemã, Angela Merkel, e do presidente francês, Nicolas Sarkozy.
«A Alemanha e a França reafirmam a sua convicção de que as propostas hoje [segunda-feira] apresentadas pelos dois governos sobre a coordenação política, económica e orçamental reforçam a Zona Euro e incrementarão a estabilidade, a concorrência e o crescimento», adianta o documento.
Merkel e Sarkozy apresentaram, segunda-feira à tarde em Paris, um acordo para reforçar a disciplina orçamental dos países da moeda única, a debater na cimeira europeia de quinta e sexta-feira, em Bruxelas, que inclui alterações aos tratados europeus a aprovar até Março.
A Standard&Poor's justificou a sua decisão com «a dimensão alcançada pelos problemas na Zona Euro, que coloca todos os seus países sob pressão».
Na opinião da agência de "rating" norte-americana, «a acção indecisa e coordenada dos políticos» motivou também a nova avaliação.
«Há o risco de a Zona Euro no seu conjunto entrar em recessão no próximo ano», afirma a Standard&Poors em comunicado, calculando esse risco em 40 por cento.
Além da Alemanha e da França, a agência de "rating" colocou também em perspectiva negativa os restantes quatro países com nota triplo A da Zona Euro, Áustria, Holanda, Finlândia e Luxemburgo.
Na pior das hipóteses, a perspectiva negativa pode redundar numa redução da nota dos referidos países no prazo de 90 dias.
Quanto a Portugal, ameaçou baixar a nota do país em mais um nível, para a categoria de "lixo".