O objetivo da medida é alargar a oferta dos combustíveis mais económicos para os consumidores, mas os preços ainda devem ficar longe daqueles que são praticados nas grandes superfícies.
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Todos os postos de abastecimento passam hoje a vender combustíveis simples, gasóleo e gasolina sem aditivos, cumprindo a lei nº. 6/2015, aprovada por unanimidade no Parlamento e contestada pelas petrolíferas.
As quatro petrolíferas seguiram uma estratégia diferente na aplicação da lei que obriga todos os postos de combustível do território continental a disponibilizar combustíveis simples a partir de hoje.
A Galp vai substituir a sua gama de combustíveis 'premium' - aditivados e mais caros - pelos combustíveis simples, conforme adiantou no início do ano o então presidente executivo da petrolífera e a Lusa constatou na visita a vários postos de abastecimento da marca.
Já a BP, a Cepsa e a Repsol vão disponibilizar exclusivamente os seus produtos 'premium', garantindo assim os compromissos de qualidade com os seus clientes, complementando a oferta com os produtos simples, em cumprimento com a legislação em vigor.
Aquando da discussão da proposta legislativa, a Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro) alertou para o facto da redução de preços não vir a ser a pretendida pelo Governo, dada a impossibilidade de as petrolíferas praticarem preços próximos dos postos das grandes superfícies, uma vez que são modelos de negócio diferentes, com níveis de serviço distintos.
Ouvido pela TSF, o secretário-geral da Apetro, António Comprido lembra que «a estrutura dos postos tradicionais não foi pensada nem estruturada de modo a tirar partido daquilo que tiram as grandes superfícies, como as economias de escala níveis de serviço mais reduzidos, aproveitamento de sinergias, a capacidade de negociação por movimentarem grandes quantidades».
Aquele responsável recorda que as empresas não vão poder perder dinheiro, apesar da obrigação de vender combustíveis simples e mais baratos. «Com certeza que as companhias estarão a fazer as suas contas para, pelo menos, não perderem dinheiro. Terão de jogar entre a margem que advém do preço a que o produto é comercializado e as quantidades que esperam vender no sentido de manter a rentabilidade dos postos», explicou.