O Executivo de Passos Coelho vai transmitir nos próximos dias à troika que não vai poder cumprir a meta de 5% do défice em 2012, adianta o Diário Económico.
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A derrapagem de três a cinco décimas é dada praticamente como certa, mas o Diário Económico adianta que o deslize pode ser ainda maior.
Os sinais são negativos: pela primeira vez desde o início do programa de ajustamento, em setembro, Portugal falhou a meta trimestral do défice.
As receitas fiscais terão continuado a cair em outubro, depois das receitas com o IRC terem registado em setembro, uma queda superior a 20 por cento, em relação ao mesmo período do ano passado.
O Diário Económico lembra que a despesa também está a sofrer com o impacto do desemprego e da quebra das contribuições na segurança social.
A agravar ainda mais as contas, as exportações terão caído a pique para a casa dos 10%, depois de em setembro se ter registado uma queda de 6,5%.
Com este cenário, a derrapagem é praticamente certa, mas o Eurogrupo já fez saber que fecha os olhos se a derrapagem for ligeira. Não vai ser dada autorização expressa para a violação da meta, mas Portugal não deverá ser obrigado a tomar medidas adicionais.
Ontem, ao lado de Angela Merkel, o primeiro-ministro recordou que a revisão das metas do défice só foi possível porque Portugal está a cumprir o que lhe é exigido. Passos Coelho não deixou qualquer sinal de que o cumprimento do objetivo para este ano possa estar em risco.
O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, já admitiu que, sem medidas adicionais, o défice real seria de pelo menos 6 por cento.