O líder parlamentar do PCP classificou a proposta do OE2012 como a «antecâmara da falência económica do país». Já o BE sublinhou que confirma o «terrorismo social» das medidas anunciadas pelo primeiro-ministro.
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«Das impressões que pudemos já recolher de uma leitura muito rápida de alguns dados essenciais, configura uma proposta que não é, ao contrário do que o senhor ministro diz, uma antecâmara em 2012 da recuperação económica, mas uma antecâmara da falência económica do país, um país cada vez mais destruído por esta política económica», afirmou o líder da bancada do PCP, Bernardino Soares, em declarações aos jornalistas no Parlamento.
Na primeira reacção dos comunistas ao documento esta tarde entregue na Assembleia da República pelo ministro das Finanças, Bernardino Soares apontou a existência de «um cenário macroeconómico demasiadamente optimista tendo em conta as medidas do Governo» e condenou a forma como as medidas constantes do OE para 2012 «carregam nos trabalhadores».
Bernardino Soares destacou ainda a introdução de um «agravamento da desigualdade social», com o corte nas prestações sociais a ser superior a dois mil milhões de euros, dez vezes mais do que os 200 milhões previstos para o programa de emergência social.
Do lado do BE, o deputado Pedro Filipe Soares defendeu que a proposta de Orçamento do Estado confirma o «terrorismo social» das medidas anunciadas pelo primeiro-ministro que mergulharão o país numa recessão de «pelo menos quatro por cento».
Filipe Soares disse temer que a recessão seja «pelo menos de quatro por cento», quando o Governo a situa na ordem dos 2,8 por cento do PIB durante o ano de 2012, um cenário bem mais negativo que o esperado no final de agosto, quando projetavam uma queda de 1,8 por cento.
«Isto é o resultado de escolhas políticas. O Governo prefere não taxar os mais ricos, prefere taxar quem trabalha e ao fazê-lo está a levar a cabo um corte brutal nos rendimentos das famílias, que são quem tem mantido a economia em funcionamento», argumentou.
O deputado bloquista sublinhou que «de medida extraordinária em medida extraordinária, cortam-se nos salários» e «perdem-se direitos permanentes».