O primeiro-ministro confirmou, este domingo, que o desvio nas contas póblicas ronda os 2000 milhões de euros e assegurou que o objectivo fixado para o défice orçamental é para cumprir.
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«Há um desvio que é preciso colmatar e que exige do lado da receita uma receita adicional, que será obtida através desta sobretaxa extraordinária do IRS e há um desvio, que é um pouco superior a cerca de mil milhões de euros, que terá de ser corrigido do lado da despesa», disse Passos Coelho, à margem da festa de Verão do PSD de Vila Real, que decorreu nas Pedras Salgadas.
Isto significa, continuou, que «há muito próximo de dois milhões de euros que precisam de ser absorvidos do lado da receita e do lado da despesa para que até ao final do ano o objectivo que ficou fixado para o défice seja cumprido e será cumprido».
Até ao final de Agosto, o Chefe do Governo promete esclarecer todas as medidas necessárias para ir buscar essa verba, medidas que visam em primeiro lugar cortar na máquina do Estado.
«São medidas de contenção da despesa» e que «serão públicas nos próximos 30 dias mais ou menos, na medida que o próprio Governo precisa» de avançar com os «trabalhos preparatórios do novo orçamento para 2012» e ainda de «reestruturar o sector público para poder fazer poupanças adicionais», disse.
Quanto ao facto de Cavaco Silva ter defendido que um euro mais fraco ajudaria a competitividade da Europa, Passos Coelho concordou, mas frisou que Cavaco Silva «fez uma constatação irónica», não tendo intenção de dar indicações sobre política económica ao Banco Central Europeu.
O Presidente da República «limitou-se a constatar um facto», disse, acrescentando: «Se o euro não estivesse tão forte em relação ao dólar, por ventura a economia europeia não estaria em situação tão vulnerável como hoje se apresenta em termos financeiros».