Miguel Poiares Maduro

Os 50 anos da Sedes e a reforma da política

Sem bons cidadãos não existe uma boa democracia. Isso exige participação política, mas também, em termos mais amplos, participação cívica. Uma boa democracia alimenta-se de um ecossistema assente numa cidadania ativa e responsável. Esta comunidade de cidadãos interessados e participantes na coisa pública é o que, frequentemente, designamos de sociedade civil. Portugal é, reconhecidamente, um país com uma sociedade civil frágil e pouco autónoma. Uma das poucas exceções celebra este ano 50 anos. A SEDES (de que sou membro, ficando assim feito o registo de interesses) é uma das poucas associações cívicas que tem, ao longo dos anos, tido uma participação ativa no espaço público português, independente dos Partidos. Os 50 anos coincidem com uma fase de grande dinamismo incutido pela liderança de Álvaro Beleza e, no Conselho Científico, Abel Mateus. A SEDES tem vindo a preparar inúmeras propostas em domínios estratégicos para o país que deveriam merecer mais atenção e debate. Na semana passada foi apresentado o relatório do Grupo de Trabalho sobre a Reforma do Sistema Político, de que fui um dos coordenadores com Henrique Monteiro, João Bidouin e Luis Archer.