À TSF, Máximo Ferreira explica que o fenómeno não alterará o que se passa na Terra, apesar de a Lua influenciar, por exemplo, as marés.
Corpo do artigo
Na madrugada desta quarta para quinta-feira, o mundo vai assistir a um fenómeno raro: uma superlua azul. A Lua vai estar no seu ponto mais próximo da Terra, o que fará dela uma superlua, e é a segunda lua cheia do mês, dando lugar ao nome de azul. E a melhor hora para a ver será depois das 02h00.
"Quando for perto das 02h00, ela está praticamente a sul. É o mais alto que pode estar e está a cerca de uma hora da fase de lua cheia, portanto, a melhor hora é entre as 02h00 e as 02h30. Mas, para quem não quiser esperar, pode já experimentar uma sensação a partir das 23h00 ou 00h00. É já uma boa ocasião para observar este efeito quer de luar, quer de lua magnífica praticamente na fase de lua cheia", explica à TSF o astrónomo Máximo Ferreira.
Este é um fenómeno "raro", havendo "anos em que não há": "Este ano houve uma, exatamente neste mês de agosto, e isto apenas porque para ocorrerem duas luas cheias - como têm intervalos de 29,5 dias - é preciso que se trate de um mês de 30 ou 31 dias e, aos mesmo tempo, a primeira lua cheia ocorra logo no dia 1 ou 2, para depois poder calhar outra ainda nesse mês. É o que vamos ter esta noite: a segunda lua deste mês e, portanto, uma lua azul. Quanto à superlua, teoricamente, se ela está mais perto, nós vemo-la maior. Não será muito provável que quem esta noite olhe para a Lua e consigam fixar que o tamanho da Lua, quer a intensidade do luar, que daqui a um mês se lembrem como é que estas coisas eram para depois poderem comparar o tamanho da lua e a intensidade do luar de um mês para o outro."
O fenómeno não terá influência naquilo a que se passa na Terra. O astrónomo Máximo Ferreira explica que a Lua não vai agitar as marés esta noite.
"O efeito da Lua sobre a Terra e o efeito mútuo e, naturalmente, nos oceanos e no nível das marés, nunca é muito influenciado por esta diferença de quatro ou cinco mil quilómetros da distância da Lua", garante.
Também para a sonda indiana que está estacionada no polo sul da Lua, esta noite não será muito diferente das restantes: "Não vai sentir grandes diferenças. Mesmo quando pousar no polo sul ou na fronteira para o lado escuro não vai notar a diferença entre a radiação solar sobre a Lua. Eles estão lá. Para eles, a lua não tem esta variação aparente de tamanho e a intensidade da radiação solar que incide lá também não. Daí também não decorre nada. Podemos dizer que, deste fenómeno do ponto de vista físico, mensurável e de efeitos práticos para a vida quotidiana, a única coisa que podemos esperar é esta visão de uma noite de luar e uma lua cheia muito bonita."
O céu vai iluminar-se esta noite (de quarta para quinta-feira) com mais uma superlua. Esta é a segunda superlua do mês de agosto, também conhecida por "lua azul". O fenómeno raro será visível em todo o mundo e Portugal não é exceção.
"A lua passa todos os meses pelo ponto mais próximo da Terra (perigeu) e pelo ponto mais distante da Terra (apogeu). Quando a lua está no ponto mais próximo da Terra, ou perto dela, ao mesmo tempo que está cheia, ela é chamada de superlua. Durante o fenómeno, como a lua cheia está um pouco mais próxima da Terra do que o normal, ela parece maior e mais brilhante no céu", explica a NASA.