Esta foi a segunda superlua do mês, um fenómeno "raro" que só voltará a acontecer em 2037.
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O céu esteve mais brilhante na noite passada e a culpa foi da rara superlua azul. Foi a segunda vez este mês que uma superlua iluminou os céus um pouco por todo o mundo.
As superluas parecem, de acordo com a NASA, "cerca de 14% maiores do que quando está mais distante da Terra". "Como a Lua estará perto de nós na sua órbita, ela parecerá um pouco mais brilhante do que o normal", destaca a NASA. Desta vez, o satélite natural esteve a 357,344 quilómetros de distância da Terra, cerca de 50 mil quilómetros mais próximo do que o habitual.
O termo "lua azul" nada tem a ver com a cor do satélite natural. Segundo a agência espacial norte-americana, a designação é utilizada quando há "duas luas cheias num único mês". A primeira lua cheia de agosto ocorreu logo no início do mês, no dia 1, o que coincidiu também com uma superlua, num fenómeno que se repetiu na noite passada com uma "superlua azul".
Ouvido pela TSF, o astrónomo português Miguel Gonçalves considerou que o nome superlua azul "de ciência não tem nada, quer o termo superlua, quer o tema cromático azul".
"Superlua é um termo que foi cunhado por um astrólogo americano no final da década de 1960, precisamente para um ar mais científico a uma pseudociência, que é a astrologia. Basicamente, define que se trata de uma superlua quando o ponto mais próximo da órbita da Lua à volta da Terra e o momento da lua cheia estão separados por um período pequenino de tempo, inferior a 110%. Mas isso, do ponto de vista científico, nada diz. Isso não é minimamente relevante, não tem nenhuma validade científica esse termo de superlua", explicou.
"E, depois, o azul, porque também foi estipulado popularmente, nem sequer do ponto de vista científica, que, quando no mesmo mês a lua consegue atingir os dois estados de lua cheia, recebe o nome de lua azul. É mais raro quando acontecem duas luas cheias no próprio mês, mas, do ponto de vista científico, é uma questão de mecânica celestial", defendeu.
Também em declarações à TSF, o astrónomo Máximo Ferreira explicou o fenómeno "raro": "Este ano houve uma [lua cheia], exatamente neste mês de agosto, e isto apenas porque para ocorrerem duas luas cheias - como têm intervalos de 29,5 dias - é preciso que se trate de um mês de 30 ou 31 dias e, ao mesmo tempo, a primeira lua cheia tem de ocorrer logo no dia 1 ou 2, para depois poder calhar outra ainda nesse mês."
Foi exatamente o que aconteceu na noite passada: "A segunda lua deste mês é, portanto, uma lua azul. Quanto à superlua, teoricamente, se ela está mais perto, nós vemo-la maior. Não será muito provável que quem esta noite olhe para a Lua e consigam fixar que o tamanho da Lua, quer a intensidade do luar, que daqui a um mês se lembrem como é que estas coisas eram para depois poderem comparar o tamanho da lua e a intensidade do luar de um mês para o outro."
Segundo a NASA, a próxima superlua azul só voltará a aparecer em 2037.
A próxima superlua está prevista para setembro, na noite de 28 para 29, numa altura em que a Lua estará a uma distância de 361.552 quilómetros da Terra.