Quem é o homem que levou a morte a um mercado de Natal? Tudo o que se sabe sobre o ataque
Chérif Chekatt, que matou duas pessoas e feriu 14 em Estrasburgo, continua a monte.
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Fez-se um minuto de silêncio no Parlamento Europeu esta manhã. Um "sinal de solidariedade" para com as vítimas do ataque ocorrido na véspera em Estrasburgo.
"A força da liberdade e da democracia ganha contra a violência do crime e do terrorismo", disse o presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani. Mas a verdade é que esta batalha não está ganha.
O suspeito de ter matado pelo menos duas pessoas e ferido 14 (número revisto em baixa esta manhã) continua a monte e pode ter fugido para a Alemanha.
Quatro pessoas "próximas" do suspeito foram detidas durante a noite em locais que o suspeito costumava frequentar", mas de Chérif Chekatt nem sinal.
Foi decretado o nível máximo de alerta no país, a polícia alemã intensificou o controlo nos postos fronteiriços com a França e também nos transportes públicos.
Em França o nível de alerta foi elevado para "emergência por atentado", com um reforço de segurança nas fronteiras e mercados de Natal.
Mais de 620 elementos das forças policiais foram mobilizados para encontrar o autor do ataque.
Quem é o atacante?
O homem mais procurado da Europa foi identificado como Chérif Chekatt, tem 29 anos e nasceu em Estrasburgo. Está ferido, consequência de uma troca de tiros com um soldado antes de abandonar o local.
Era conhecido da justiça pela prática de delitos comuns que não estavam relacionados com o terrorismo, mas pode ter-se radicalizado na prisão. Foi seguido pelos serviços de informação após se ter identificada "uma radicalização na sua prática religiosa", ainda que nunca tenha dado sinal de que poderia passar à ação.
Não são conhecidos os motivos que o levaram a atacar o Mercado de Natal de Estrasburgo esta terça-feira mas várias testemunhas ouviram-no gritar "Allah Akbar" (Deus é grande) antes de começar a disparar com uma arma automática e atacar pessoas com uma faca.
O Ministério Público francês abriu uma investigação por homicídio e tentativa de homicídio relacionada com uma organização terrorista, assim como por associação terrorista.
Chérif Chekatt foi referenciado por radicalização em 2016. Durante o período em que esteve preso, entre 2013 e 2015, atraiu a atenção das autoridades por causa de atos de violência, radicalização da prática religiosa e proselitismo.
No cadastro criminal conta ainda com 20 condenações por delitos comuns (violência, roubo, vandalismo) em França e na Alemanha, onde também cumpriu pena.
Na cadeia, segundo o secretário de Estado do Interior francês, Chérif Chekatt. "incitava à prática religiosa radical, mas nada permitiu detetar uma passagem à prática na sua vida quotidiana".
Já era procurado antes do ataque de terça-feira por causa de um assalto à mão armada com tentativa de homicídio, em agosto de 2018, mas nunca foi conhecido por delitos ligados ao terrorismo.
Deveria ter sido interrogado na terça-feira de manhã pela polícia e por funcionários da Direção Geral da Segurança Interior no âmbito deste caso, mas não se encontrava em casa. Aqui as autoridades encontraram apenas uma pistola e uma granada.
Um turista entre as vítimas
Pelo menos duas pessoas morreram neste ataque e 14 ficaram feriadas, sete das quais com gravidade. Uma das vítimas está em morte cerebral, mantida viva apenas com o apoio de máquinas.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, afirmou não ter até ao momento informação de qualquer vítima portuguesa do ataque.
Uma das vítimas mortais é um residente de Estrasburgo, um homem de 61 anos, outra um turista tailandês. Anupong Suebsamarn, de 45 anos, terá morrido vítima de um disparo na cabeça quando caminhava com a sua esposa pelo Mercado de Natal da cidade francesa.
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