Onde comer bem e barato? Um guia "imperfeito" d'"As 100 melhores tascas de Portugal"
O livro dos jornalistas António Catarino e Rui Cardoso baseia-se na rubrica TSF à Mesa. Traça uma "geografia da mastigação" em risco de desaparecer.
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António Catarino é "um bom garfo" e tem um "gosto enorme em descobrir novos caminhos, novos monumentos, novas tradições", enquanto percorre o país "à procura de histórias". O jornalista e autor da rubrica TSF à Mesa juntou-se a Rui Cardoso, também jornalista, para escolher "As 100 melhores tascas de Portugal". A escolha foi "difícil", admite, mas resulta num guia de onde comer bem e barato em Portugal.
O termo "tascas nada tem de pejorativo", destaca António Catarino, que estipulou como critério de selecção, restaurantes tradicionais, de comida caseira, onde a fatura não seja superior aos 20 euros. Além disso, são privilegiadas tascas com uma "história associada", que tenham passado "de geração em geração" e com "recurso a produtos locais".
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Do Minho ao Algarve, o livro divide o país em 13 regiões. Por exemplo, Trás-os-Montes com uma "comida de conforto, mais calórica"; o Minho onde "o bacalhau é rei e confeccionado de maneira muito diferente"; as Beiras ou o Alentejo, com a sua "capacidade para se reinventar e do pouco fazer muito".
Com "As 100 melhores tascas de Portugal", António Catarino e Rui Cardoso procuram ainda preservar uma tradição que está "praticamente em vias de extinção", uma vez que as tascas "desapareceram nas grandes cidades", como Lisboa e Porto, onde "a cozinha muito descaracterizada tem pouco a ver com a rica tradição portuguesa".
O livro apresenta-se como uma "geografia da mastigação" e um "mosaico de tradição e produtos locais", mas "imperfeito", assume António Catarino. "Nunca ficamos satisfeitos" e por isso, o jornalista tem já um rascunho de uma nova edição", com tascas que ficaram de fora nesta primeira versão.
"As 100 melhores tascas de Portugal" está à venda nas livrarias a partir desta terça-feira.