Transmitir o estilo da Quinta das Carvalhas, algo diferente da Real Companhia Velha, foi o objetivo que levou ao lançamento do Porto 50 Anos, um vinho com alma e corpo.
Corpo do artigo
As condições, substancialmente diferentes, da emblemático Quinta das Carvalhas, também famosa pela casa redonda no topo do monte sobranceiro ao Pinhão, em relação às condições existentes nas caves de Vila Nova de Gaia para envelhecimento do vinho, foram, um dos fatores que pesaram na opção feita: promoção e lançamento da marca, a pensar no mercado nacional.
"Cada qual tem o seu estilo", sublinha Pedro Silva Reis, presidente da Real Companhia Velha.
Apaixonado pelo vinho do Porto, sabedor - é Mestre Provador - e comunicativo, aquele responsável explica que "o envelhecimento do vinho no Douro é diferente". Há mais calor e pouco humidade na região do Douro, ao contrário do que sucede nas caves em Vila Nova de Gaia.
De acordo com Pedro Silva Reis, "a harmonia e a elegância são fundamentais para definir o lote".
Tais predicados foram levados em linha de conta na seleção feita para o Vinho do Porto 50 anos, um tawny que cabe na mais recente regulamentação do IVDP, que preconiza um perfil bem definido.
No entanto, "lotear é uma ciência que está longe de ser exata, pois a perceção é algo que muda. Quanto mais sabemos, mais duvidamos de nós", confessa Pedro Silva Reis.
Fatores relevantes são a origem, o tipo de solo e o microclima; a caracterização da longevidade, a complexidade que atinge e, por último, a evolução. A nobreza vem da longevidade. Traz sabedoria, conta-nos mais histórias», assegura Pedro Silva Reis.
Este tawny 50 Anos, tal como os restantes da Quinta das Carvalhas, foi elaborado com lotes existentes no vasto e rico espólio de vinhos do Porto velhos existentes nas caves gaienses.
Um tawny de 1967, um Porto Colheita de 1976 e uma pequena parte de um vinho de 1920, envelhecidos em cascos de carvalho, deram alma e corpo ao Quinta das Carvalhas 50 Anos.
Um vinho com cor âmbar, que no nariz revela notas de verniz e de folhas de cedro e uma frescura quase cítrica. Na prova, é amplo e potente, com sabores de frutos secos. Tem um final longo e persistente.
Um Porto magnífico, elaborado a pensar no consumo. "Temos de agradar ao consumidor. Não basta o vinho ser muito bom; tem de ser agradável", sublinha Pedro Silva Reis, que deseja perpetuar o valioso legado e transmiti-lo intacto. O filho Tiago Silva Reis já na Real Companhia Velha, seguindo o exemplo do irmão Pedro, colaborou e traçou uma coreografia com simbolismo para este tawny, com mil garrafas ao preço unitário de 290€ no mercado nacional.