Aprovação de medidas de austeridade e privatizações são condições para novo resgate
À saída do Eurogrupo o ministro das Finanças finlandês explicou o que os ministros estão a exigir a Atenas e que medidas devem ser aprovadas até 15 de julho. Entretanto, a cimeira de líderes da zona euro foi interrompida para conversas bilaterais entre Tsipras, Merkel e Hollande.
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A cimeira de líderes da zona euro está interrompida para uma reunião entre o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, François Hollande, para encontrar um acordo que permita um terceiro resgate.
No encontro participam ainda o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, e o ministro das Finanças da Grécia, Euclides Tsakalotos.
A cimeira de líderes da zona euro arrancou este domingo pouco depois das 16:00 locais (15:00 de Lisboa), depois da reunião do Eurogrupo.
À saída do Eurogrupo o ministro das finanças da Finlândia, adiantou que a aprovação de medidas de austeridade e mais privatizações estão entre as condições acordadas pelos ministros das Finanças da zona euro para a reabertura de negociações para um terceiro resgate à Grécia.
Segundo Alexander Stubb foram acordadas as "condicionalidades" que a Grécia tem de levar a cabo para ter acesso a um novo pacote de ajuda financeira.
Isso passa, desde logo, por aprovar até 15 de julho, esta quarta-feira, legislação que execute as medidas de austeridade propostas aos credores, em troca de um empréstimo. Tal passará por legislação referente à subida do IVA, reforma das pensões, legislação laboral, entre outras.
Entre as outras condições que o Eurogrupo definiu, Stubb falou em "privatizações". Passou, assim, para a cimeira da zona euro a proposta de criar um fundo com 50 mil milhões de euros em bens públicos, que poderá ficar sob administração europeia, que seriam usados para reembolsar parte da dívida do país.
Se os gregos aceitarem as condições propostas, a zona euro dará 'luz verde' à abertura de negociações entre Atenas e os credores para um terceiro resgate, que poderá ir a cerca de 80 mil milhões de euros, sendo que uma parte significativa será para o sistema bancário do país.
Também à saída do Eurogrupo, o ministro das Finanças da Bélgica, Van Overtveldt, afirmou que os ministros acordaram "90%" e que agora os restantes 10% cabem aos chefes de Estado e de Governo dos 19 países da zona euro, reunidos na cimeira de emergência que começou pelas 16:15 locais (15:15 de Lisboa), logo a seguir ao fim do Eurogrupo.
Por seu lado, o comissário europeu dos Assuntos Económicos e Financeiros, Pierre Moscovici, escreveu na rede social Twitter que foram feitos "progressos" no Eurogrupo, mas que há "ainda alguma divergência". "Os líderes da zona euro têm de encontrar os termos finais", afirmou.