No dia em que está marcada uma nova greve contra o governo turco, a TSF conversou com Ali Egilmez, um relações públicas que trabalha em Istambul. Depois de um domingo marcado por confrontos entre manifestantes e a polícia em várias cidades da Turquia, que resultaram em cerca de 600 detidos, ele conta que há ansiedade e nervosismo entre a população.
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«Está relativamente calmo porque o primeiro-ministro hoje não está em Istambul e os manifestantes estão muito cansados. Mas as pessoas estão a ficar ansiosas e nervosas porque os apoiantes do governo, pelo menos alguns deles, são grupos agressivos e as pessoas estão com medo de uma espécie de guerra civil. Nunca se sabe o que pode acontecer», relata Ali Egilmez esta manhã de Istambul.
Os principais sindicatos do país marcaram uma greve para hoje com o objetivo de paralisar parte da vida pública do país.
Em declarações à TSF, este relações públicas diz não acreditar que esta greve geral tenha grandes efeitos.
«A greve geral foi convocada por alguns sindicatos e afeta 800 mil trabalhadores, enquanto nós somos 80 milhões. Ou seja, não vai ter grandes efeitos. Mesmo durante os protestos, todas as lojas estavam abertas. Só na praça Taksim e em algumas partes da cidade é que não havia vida. Mas tanto quanto sei, esta greve geral não está a afetar nada», afirma.
Um líder do KESK (sindicato da função pública), citado pelo Hürriyet, disse que o objetivo é que «centenas de milhares de pessoas» participem na greve, em protesto contra a repressão da polícia turca.
Médicos, engenheiros, arquitetos e dentistas aderiram já ao apelo à greve que visa o fim imediato da violência policial.
Estes sindicatos já tinham cumprido uma greve na quarta-feira, na véspera de uma operação policial para retirar as dezenas de milhares de manifestantes da Praça Taksim, em Istambul.