Bruxelas, Moscovo e ONU reagiram à detenção de Julian Assange. Rússia acusa Londres de "estrangular a liberdade" e as Nações Unidas falam em "risco real de graves violações dos direitos" do fundador do Wikileaks.
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As Nações Unidas considera que o fundador do Wikileaks está exposto a "um risco real de graves violações dos direitos fundamentais".
Foi desta forma que a relator da ONU, Agnés Callamard reagiu à detenção de Julian Assange, exilado há sete anos na embaixada do Equador em Londres, no Reino Unido.
Já a Comissão Europeia garantiu que irá "acompanhar de perto" o caso, sublinhando que este é um "assunto judicial europeu" por envolver Estados-membros.
A detenção reacendeu um conflito diplomático e a Rússia não perdeu tempo em criticar as autoridades britânicas. Moscovo acusa Londres de "estrangular a liberdade".
"A mão da democracia estrangula a liberdade", escreveu a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, na sua conta da rede social Facebook.
Além das acusações de um crime sexual na Suécia, onde Assange é suspeito de ter violado uma mulher, o fundador do Wikileaks é acusado de um crime de conspiração por parte dos Estados Unidos.
"A acusação alega que, em março de 2010, Assange se envolveu numa conspiração com um ex-analista do Exército dos EUA, Chelsea Manning, para descobrir passwords de computadores do Departamento de Defesa dos Estados Unidos", refere a acusação.
Horas após a polícia britânica ter entrado na embaixada equatoriana em Londres para prender Assange, o antigo analista da Agência de Segurança Nacional dos EUA, Edward Snowden saiu em defesa do fundador do ex-jornalista australiano.
Snowden recordou que as Nações Unidas já determinaram, formalmente, que a detenção de Assange seria arbitrária e uma violação dos direitos humanos".
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