Uma bandeira espanhola com o escudo franquista foi encontrada durante as buscas à casa de um dos deputados do Aurora Dourada. O jornal Ta Nea noticia hoje que o Governo grego ignorou um relatório sobre atividades ilegais de neonazis.
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Nas fotografias que foram distribuídas pela polícia grega aos jornalistas em Atenas destaca-se uma bandeira da ditadura espanhola junto ao restante material apreendido em casa do deputado Jristos Pappás em Ioannina, no norte do país.
Entre o restante material apreendido constam três armas de fogo, uma soqueira de aço e bastante material de propaganda de extrema-direita, como fotografias e livros sobre Adolf Hitler e o italiano Benito Mussolini.
De acordo com a agência EFE, os partidos de extrema-direita espanhóis mantêm contactos com o Aurora Dourada, como o Democracia Nacional, que exibe na página que mantém na internet imagens do presidente Manuel Canduela ao lado do ex-militar Nikolaos Mijaloliakos, o líder do partido neonazi grego.
Desde sábado, 22 pessoas foram detidas, entre as quais o líder da organização, acusadas de «participação em organização criminosa». Os membros do Aurora Dourada são acusados de atos violentos, branqueamento de dinheiro e 10 assassínios.
Entretanto, a edição de hoje do jornal grego Ta Nea revela que
as autoridades ignoraram uma informação dos serviços de informações que relacionavam o dirigente neonazi Yannis Lagos com o tráfico de mulheres, prostituição e posse de armas ilegais.
O relatório dos serviços secretos gregos (EYP) data do princípio do ano de 2012, mas foi arquivado assim que Lagos foi eleito deputado do partido neonazi Aurora Dourada em junho de 2013.
De acordo com a notícia publicada hoje em Atenas, a cúpula do EYP e o Ministério da Ordem Pública tinham conhecimento do percurso do Aurora Dourada, mas decidiram não atuar contra os elementos do partido, apesar das provas que apontavam atividades ilegais.
Lagos, que se encontra detido, é considerado um dos dirigentes neonazis mais destacados no caso do assassínio do cantor de hip-hop Pavlos Fyssas no dia 18 de setembro e atuava como elemento de ligação entre o líder do partido, o ex-militar Nikolaos Mijaloliakos e os grupos do Aurora Dourada no bairro Nikea, onde vive Yorgos Rupákias, o homem que confessou ter esfaqueado o cantor.