
Barack Obama
Reuters
Num discurso de cerca de 40 minutos, Obama não prometeu uma recuperação rápida nem fácil mas falou em esperança, fez críticas a Romney e lembrou que só os americanos podem fazer avançar o país.
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Na noite do encerramento da Convenção Nacional do Partido Democrata, em Charlotte (Carolina do Norte), coube ao vice-presidente, Joe Biden, e ao senador John Kerry as críticas mais duras ao candidato republicano, Mitt Romney, deixando a Barack Obama uma intervenção mais moderada e otimista em relação ao futuro do país.
«Os nossos problemas podem ser resolvidos, os nossos desafios podem ser ultrapassados. O caminho pode ser difícil, mas leva a um lugar melhor. E estou a pedir-vos para escolherem esse futuro», afirmou Obama.
«Recobramos forças com as nossas vitórias, aprendemos com os nossos erros, mas mantemos o nosso olhar fixo nesse horizonte distante», adiantou.
Num pavilhão com cerca de 20 mil líderes e ativistas do Partido Democrata, usado por causa do mau tempo em vez de um estádio ao ar livre com o triplo dos lugares, Obama disse estar «consciente das próprias falhas», admitindo as persistentes dificuldades económicas do país, mas pediu mais tempo para concretizar a sua agenda.
«Vocês não me elegeram para vos dizer o que querem ouvir. Elegeram-me para vos dizer a verdade. E a verdade é que serão precisos mais do que uns poucos anos para resolver os desafios que se acumularam ao longo de décadas», disse.
«Não vou fingir que o caminho que vos proponho é rápido ou fácil, nunca o fiz», adiantou.
Em relação ao seu adversário, Obama questionou a política económica de dar «isenções fiscais a empresas que enviam empregos para o estrangeiro» e deixou também farpas à recente visita de Romney ao estrangeiro, em que alguns comentários foram mal recebidos, sobretudo no Reino Unido.
«Talvez não esteja preparada para a diplomacia com Pequim uma pessoa que não consegue visitar os Jogos Olímpicos sem insultar o nosso mais próximo aliado», disse Obama.
O discurso mais intenso da noite, por vezes com lágrimas, foi o do vice-presidente Joe Biden, que disse que Obama deu provas perante «a mais profunda crise económica das nossas vidas» e defendendo «o sector privado, não o setor privilegiado» e qualificando os republicanos de pessimistas.
«Mais uma coisa em que os nossos adversários republicanos estão totalmente enganados: a América não está em declínio», disse.
John Kerry, senador e ex-candidato presidencial, atacou Romney por não ter mencionado na sua intervenção na Convenção republicana, na semana passada, os soldados norte-americanos no Afeganistão e outros teatros, algo «inadmissível» num candidato presidencial.