O primeiro-ministro britânico não quer que a Europa ignore os resultados das europeias e disse ser preciso uma mudança. Já o presidente francês diz que o triunfo da Frente Nacional significa que «temos um problema, mas não apenas para França».
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O primeiro-ministro britânico lembrou que a voz dos europeus não pode ser ignorada e que a União Europeia precisa de uma mudança na sequência dos resultados das europeias, onde se verificou o crescimento dos partidos eurocéticos e extremistas.
«A União Europeia não pode simplesmente libertar-se destes resultados e continuar como antes. Precisamos de uma mudança e de uma aproximação que reconheça que a Europa deve concentrar-se no crescimento e emprego», frisou David Cameron.
À chegada para a reunião dos chefes de Estado e Governo da União Europeia, onde vão começar as negociações sobre quem vai o próximo chefe da Comissão Europeia, Cameron disse que é preciso «mais para os Estados-membros».
«Precisamos de ter os Estados-membros sempre que possível e Bruxelas para quando for preciso», resumiu o chefe do governo britânico, que diz que Bruxelas não pode ser a mandona que é hoje.
Por seu lado, o presidente francês pediu uma outra Europa mais virada para as pessoas, crescimento e emprego e mostrou-se pouco contente com a vitória da extrema-direita no seu país.
Para Hollande, a mensagem que acompanha a vitória da Frente Nacional em França é a de que «exista mais crescimento, mais emprego e uma reorientação da construção europeia».
Apesar de respeitar o voto em França, Hollande reconheceu que um quarto dos eleitores apoiarem a extrema-direita significa que «temos um problema, mas não apenas para França».
«Devemos encontrar uma solução em França, uma disposição política que resolva o desemprego, a precariedade, a imigração ilegal e a pobreza, problemas também para a Europa», frisou.