Durão: Elites políticas e financeiras deixaram de ser credíveis aos olhos do cidadão
Durante o fórum do BCE, em Sintra, o presidente da Comissão Europeia assinalou o facto de esta «tendência» ser «um terreno mais fértil para o populismo, extremismo e nacionalismo».
Corpo do artigo
O presidente da Comissão Europeia considerou que as elites políticas e financeiras deixaram de ser credíveis aos olhos do cidadão comum, o que poderá explicar o crescimento das partidos eurocéticos nas eleições europeias.
Durante o fórum do BCE, que decorre em Sintra, Durão Barroso explicou que esta «tendência é um terreno mais fértil para o populismo, extremismo, nacionalismo e também para formas mais duras de protecionismo».
«Todos estes partidos são normalmente verdadeiros eurocéticos. Têm alguma coisa em comum: são contra a globalização, contra estrangeiros, contra imigração e contra quase tudo e é isso que torna difícil responder a forças políticas como estas», explicou.
Para o líder do executivo europeu, estas forças políticas «mobilizam através de um não e é mais fácil mobilizar contra do que mobilizar a favor de qualquer coisa».
Durão entende ainda que a crise não explica totalmente o crescimento destes partidos, muito embora o líder da Comissão Europeia tenha assinalado que esta «foi a maior a nível financeiro, económico e social desde o início da integração europeia».
«Foi o maior teste de stress de sempre para a União Europeia e instituições europeias e para a vontade de continuarmos unidos. Isto foi sentido pelos partidos e expresso por alguns partidos, a maioria de extrema-direita, mas também da esquerda. Mas esta tendência já se via antes do início da crise financeira», concluiu.