O Presidente da República considerou hoje que a expulsão de magistrados de Timor-Leste foi «uma reação desproporcionada» das autoridades do país, lamentando «profundamente que se tenha posto em causa a competência» dos juízes portugueses.
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«Aquilo que aconteceu foi uma reação desproporcionada da autoridade timorense e lamento profundamente que se tenha posto em causa a competência dos magistrados portugueses», afirmou aos jornalistas o chefe de Estado, no final de uma visita aos concelhos de Borba e Estremoz, no Alentejo.
Cavaco Silva realçou que este caso «pode dever-se a uma falta de experiência de um Estado novo e na atuação do campo diplomático», indicando que o Governo português tem «acompanhado o assunto» e informado «sempre o Presidente da República».
O chefe de Estado assinalou que Portugal tem «uma ligação afetiva muito forte» a Timor-Leste e que lutou «muito pela independência» do país, tendo lutado como «nenhum outro país no mundo inteiro» pela sua independência.
Apesar do sucedido, defendeu que Portugal deve «continuar a ajudar aquele jovem Estado» e que «não pode suspender em todos os domínios a cooperação com Timor-Leste», até porque o país «exerce a presidência da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP)».
«Compreende-se que no caso da cooperação judiciária é necessário reexaminá-la», ressalvou, acrescendo ter conhecimento de um pedido de reunião à ministra da Justiça portuguesa pela sua congénere timorense.