COP30: Sánchez anuncia mais fundos face às alterações climáticas e alerta para o risco dos negacionistas

Mauro Pimentel/AFP
O líder espanhol lembra que a emergência climática "mata pessoas"
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O Governo espanhol anunciou, esta sexta-feira, uma contribuição adicional de 45 milhões de euros para o combate às alterações climáticas e reiterou a disponibilidade de Espanha para avançar nesse caminho e enfrentar o risco que representam os negacionistas.
Pedro Sánchez fez o anúncio durante a sua intervenção na reunião plenária de líderes convocada como preparação para a cimeira do clima COP30, que se realizará na cidade brasileira de Belém (nordeste).
O chefe do Governo defendeu que as alterações climáticas matam, recordando como exemplo a depressão isolada em níveis altos que atingiu a Comunidade Valenciana há um ano e provocou 237 mortos. Referiu também a vaga de incêndios florestais que, no verão passado, afetou Espanha e outros países.
Tudo isso, sustentou Sánchez, demonstra que a emergência climática "mata pessoas" e que "não se trata de ideologia, mas de ciência".
Lamentou que ainda existam aqueles que negam ou relativizam o impacto das alterações climáticas, reconhecendo, contudo, que "não há evidência empírica, por mais avassaladora que seja, capaz de mudar a opinião de quem escolheu tapar os olhos".
Perante essa realidade, dirigiu-se "aos que acreditam na ciência e têm a coragem moral de travar esta batalha", àqueles "que não desistem nem se regem por cálculos políticos ou pelo medo de serem devorados por forças negacionistas".
"A todos eles quero dizer que podem contar com Espanha. Fazemo-lo por convicção moral, porque honramos a palavra dada, mas sobretudo porque acreditamos na transição verde como motor de crescimento e transformação", acrescentou.
Sánchez recordou que, desde que assumiu a presidência do Governo, em 2018, Espanha aumentou em 140% a sua capacidade instalada de energia solar e eólica e multiplicou exponencialmente a capacidade de autoconsumo.
Nesse sentido, considerou que a economia espanhola é uma das que mais cresce entre os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), demonstrando que é possível fazê-lo enquanto se reduzem as emissões de gases com efeito de estufa.
Sánchez lembrou que a União Europeia perdeu cerca de 44.500 milhões de euros anuais devido às consequências da crise climática.
Após apelar aos restantes líderes para não se resignarem, Sánchez afirmou que o Acordo de Paris traça o caminho a seguir, mas é necessário fazer mais do que até agora, garantindo o apoio de Espanha para que a UE continue a liderar essa ambição.
"Espanha cumpre", assegurou o presidente do Governo, apontando dados como os 1700 milhões de euros destinados no ano passado ao financiamento climático internacional.
A nova contribuição de 45 milhões de euros será distribuída pelos fundos de Adaptação e de Resposta a Perdas e Danos e pela Facilidade de Financiamento para Observações Sistemáticas da Organização Meteorológica Mundial (OMM).
