
Pablo Porciuncula/AFP
Entre os crimes que o centro procuram combater estão o tráfico de droga, a extração ilegal de madeira e a mineração ilegal - atividades controladas por grupos organizados, como o Comando Vermelho e o PCC, que consolidaram a presença na região nos últimos anos
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O Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e o homólogo francês, Emmanuel Macron, concordaram em reforçar a cooperação policial para combater o crime organizado transnacional na região da Amazónia, informou o Governo brasileiro.
Lula reuniu-se com Macron na quinta-feira, à margem da 30.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP30), realizada na cidade amazónica de Belém.
Os dois chefes de Estado discutiram temas de interesse comum, como a segurança ao longo dos 730 quilómetros de fronteira entre o Brasil e a Guiana Francesa, segundo um comunicado divulgado pela Presidência brasileira.
Lula da Silva convidou o Macron a nomear um adido para participar em "atividades de inteligência" do Centro Internacional de Cooperação Policial para a Amazónia, inaugurado em setembro em Manaus, capital do Estado brasileiro de Amazonas.
Entre os crimes que o centro procura combater estão o tráfico de droga, a extração ilegal de madeira e a mineração ilegal - atividades controladas por grupos organizados, como o Comando Vermelho e o PCC, que consolidaram a presença na região nos últimos anos.
Os dois líderes discutiram também o recém-lançado Fundo Florestas Tropicais para Sempre, para o qual o Governo francês anunciou na quinta-feira uma contribuição de 500 milhões de euros, segundo as autoridades brasileiras.
Pouco antes da apresentação formal do fundo, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou que Portugal vai contribuir com um milhão de euros.
Lula manifestou esperança de assinar o acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o bloco Mercosul ainda este ano, um documento que o Governo francês tem mostrado relutância em ratificar devido à oposição do setor agrícola.
Na quarta-feira, o chefe da diplomacia do Brasil, Mauro Vieira, afirmou que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pretende assinar o acordo comercial entre a UE e o Mercosul em 20 de dezembro.
A cidade do Rio de Janeiro vai receber a 20 de dezembro a 42.ª cimeira dos chefes de Estado do Mercosul, bloco que inclui Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Bolívia.
O acordo comercial entre a UE e o Mercosul, alcançado após uma negociação que durou 25 anos, foi assinado em dezembro de 2024, mas ainda carece de uma validação final.
O acordo propõe que, de uma forma geral, as barreiras alfandegárias entre os dois blocos sejam progressivamente eliminadas ao longo de um período de transição de dez anos.
Ainda assim, alguns produtos considerados mais sensíveis terão o prazo de transição estendido para 15 anos.
Este será o maior acordo comercial e de investimento do mundo, que servirá um mercado equivalente a 25% da economia global, com 780 milhões de pessoas, quase 10% da população mundial.
