O presidente da Comissão Europeia comentou que «os recentes acontecimentos confirmaram que a Síria é uma «mancha na consciência mundial», e defendeu que a Europa deve atuar de forma concertada em termos de política de vizinhança.
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Num discurso proferido na sessão de encerramento do Fórum Europeu de Albach, no Tirol, Áustria, e divulgado em Bruxelas, José Manuel Durão Barroso, abordando a temática "ideias europeias para uma globalização justa", sustentou que a Europa já mostrou ser forte unida, pois é fraca se estiver dividida, e disse que tal é de extrema importância nas mais diversas áreas, entre as quais a política de vizinhança, no quadro da qual a União Europeia estabelece «laços estratégicos para melhorar a prosperidade e segurança mútua».
Segundo o presidente da Comissão, «obviamente, este é um enorme desafio, como o demonstra a primavera árabe», até porque «as economias e as sociedades abertas não são impostas desde o exterior nem são criadas de um dia para o outro».
«Mas se queremos nem que seja influenciar tais mudanças tectónicas, os europeus têm simplesmente de agir de forma concertada. A situação na Síria lembra, de forma clara, como o incumprimento sistemático de princípios democráticos angulares e do Estado de direito leva a brechas de segurança que nos afetam a todos. E os recentes acontecimentos confirmaram que a Síria é uma mancha na consciência mundial», afirmou.
No âmbito da sua participação no Fórum Europeu de Alpbach, Durão Barroso promoveu um diálogo de alto nível - juntamente com o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, ausente do evento precisamente devido à situação na Síria -, que juntou o presidente da Tanzânia, Jakaya Kikwete, diversos líderes de empresas globais, representantes da sociedade civil, altos funcionários de organizações internacionais e do mundo académico.
O Fórum discutiu «novas ideias para uma globalização justa», com o objetivo de gerar «ideias inovadoras e políticas transversais para a governação de um mundo cada vez mais interligado».