Pela Europa fora há muros que dividem fronteiras, que controlam entradas. Aqui, num dos 18 campos de refugiados de Munique, os muros oferecem privacidade e proteção. Quem cá vive garante que tem tudo o que precisa para ser feliz.
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Só na capital da Baviera vivem, em campos de refugiados, cerca de 5.700 pessoas. Números que não contemplam os menores de 18 anos. Têm diferentes idades e chegam sobretudo da Síria e do Afeganistão. À porta, numa placa, lê-se em vários idiomas "bem-vindos".
Mas aqui a entrada não está permitida a jornalistas, nem a curiosos. Muitos arrastam malas, sacos, fizeram viagens que duraram meses. As autoridades alemãs certificam-se que todas as comodidades estão asseguradas. Junto aos portões, numas mesas de madeira, trocam-se experiências. Os mais novos ouvem música, os mais velhos recordam os que deixaram para trás.
Nas histórias, entram sempre a guerra e as saudades da família (até porque muitos vieram sozinhos) mas é raro aquele que não sorri. Aqui têm o que mais querem: uma nova oportunidade.
"O milagre alemão" é um conjunto de reportagens que vai poder ouvir na TSF de segunda a sexta-feira, nos noticiários da manhã e, excecionalmente esta quinta-feira, depois das 20:30. Um trabalho de Joana de Sousa Dias, como sonorização de Miguel Silva e edição vídeo de Ana António.