Estado Islâmico investigado por grupo de especialistas financiados pelo governo britânico
A notícia é avançada pela BBC. O grupo tem estado a investigar em detalhe o Estado Islâmico e a preparar mais de 400 acusações contra o grupo extremista. Uma das surpresas da investigação foi perceber o grau elevado de organização do EI e a capacidade para angariar estrangeiros.
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O grupo de especialistas internacionais tem estado a trabalhar para tentar reunir um caso suficientemente forte que possa derrotar o Estado Islâmico (EI) em tribunal. Desde há 15 dias que a equipa tem um novo objetivo, a detenção e julgamento dos assassinos do jornalista James Foley.
Segundo conta a estação de televisão BBC, desde o início do ano têm sido feitas investigações aos comandantes, líderes e governadores do EI por crimes de guerra e crimes contra a humanidade.
O projeto, que está a ser financiado pelo governo britânico, manteve-se em segredo para que fosse possível recolher provas no interior do próprio grupo extremista e foi isso que aconteceu.
De acordo com a BBC, a equipa conseguiu minutas de reuniões e documentos internos que mostram em pormenor o funcionamento do Estado Islâmico do Iraque e do Levante.
Abu Bakr al Baghdadi é o califa e líder incontestado. Abaixo dele estão quatro conselhos: o da Sharia relacionado com a lei islâmica, o da Shura que é um conselho consultivo e depois um militar e um de segurança. Estes dois são os mais poderosos, adianta a BBC.
Esta organização é depois replicada a cada provincia dominada pelos extremistas com o governor a assumir o papel de líder.
Os peritos dizem que ficaram surpreendidos com a organização dos extremistas. O que descobriram permitiu-lhes perceber que não estavam apenas perante um grupo militar mas a presenciar o nascimento de uma nação.
O grupo de peritos, cujo número e nacionalidade permanecem no anonimato, tem preparados 400 processos contra os líderes do grupo e alguns combatentes. As acusações vão desde raptos, decapitações, crucificações, tortura e execuções sumárias.
Nestes meses de trabalho, os peritos descobriram ainda que foi desde o momento que se transformou num califado que o Estado Islâmico conseguiu angariar mais estrangeiros. Calculam que, atualmente, sejam entre 10 mil a 30 mil pessoas de diversas nacionalidades e funções.
Os tunisinos e tchetchenos são os mais usados no campo de batalha, pela agressividade e experiência de combate. Já os europeus, depois de 3 meses de treino militar básico e ensino religioso, asseguram funções mais de retaguarda.