O líder do partido de esquerda radical grego Syriza, Alexis Tsipras, insistiu hoje na necessidade de convocar eleições «o mais depressa possível» para restabelecer a «legitimidade democrática» na Grécia.
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O líder do Syriza, que registou uma inédita vitória nas eleições europeias, emitiu estas declarações após um encontro com o Presidente da Grécia, Karolos Papoulias.
«É necessário recorrer às urnas o mais depressa possível para que seja restabelecida a legitimidade democrática», afirmou Tsipras à saída do palácio presidencial.
Segundo o líder da oposição, existe «uma óbvia discrepância entre a vontade popular e o parlamento, e a maioria existente não tem o direito de tomar decisões importantes nem de eleger o Presidente da República».
Tsipras referia-se eleição do chefe de Estado, da responsabilidade do parlamento, e prevista durante o mandato do atual governo de coligação entre os conservadores da Nova Democracia (ND) e o Partido Socialista Pan-Helénico (Pasok).
O líder do Syriza definiu as eleições europeias como um fracasso para os partidos no poder após a vitória da formação de esquerda, com uma vantagem de quatro pontos, face aos conservadores, que surgem na segunda posição.
No entanto, Tsipras precisou que exige eleições antecipadas não devido a esta diferença, mas pelo facto de a coligação no poder ter perdido 11 pontos percentuais em comparação com os resultados de 2012. A coligação garante uma curta maioria de três lugares no parlamento (153 em 300 deputados).
No encontro com o chefe de Estado, o dirigente da esquerda grega também assegurou que a vontade expressa nas urnas "pode fortalecer a Grécia na Europa". No entanto, os dois interlocutores exprimiram preocupação pelo reforço das forças extremistas de direita na Europa, uma situação que para Tsipras apenas pode ser combatida com a "construção de uma melhor Europa".
Após a contagem de 95,45% dos votos expressos, o Syriza garantiu seis eurodeputados (26,5%), quase quatro pontos à frente da ND, que com 22,7% elegeu cinco representantes.
Em terceiro lugar, e apesar da recente repressão judicial e judicial contra diversos dos seus dirigentes, surge a formação de extrema-direita Aurora Dourada, com 9,40% de votos e três deputados.
Na terça-feira, o primeiro-ministro grego e líder da ND, Antonis Samaras, participa em Bruxelas numa sessão de trabalho dos chefes de Estado e governo do Partido Popular europeu (PPE), e reúne-se na quinta-feira com o Presidente Papoulias.