Atacante de Estrasburgo pode ter fugido para a Alemanha. Polícia reforça fronteira
Homem que matou duas pessoas e feriu 14, segundo números atualizados esta manhã, continua a monte.
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O secretário de Estado do Ministério do Interior francês admitiu esta quarta-feira que o suspeito de ter matado pelo menos duas pessoas e ferido 14 em Estrasburgo pode ter fugido para a Alemanha, mas recusou estabelecer uma motivação terrorista ao ataque.
Laurent Nunez disse à rádio France-Inter que o atacante poderia ter fugido para a vizinha Alemanha, sublinhando que a busca pelo autor dos disparos está em constante evolução.
Nunez afirmou ainda que o agressor havia sido identificado como um suspeito extremista nas passagens pela prisão, destacando que ainda se desconhece o motivo do ataque de terça-feira no Mercado de Natal de Estrasburgo, não sendo possível para já fazer uma ligação a um ato terrorista.
O governante adiantou que o indivíduo de 29 anos, nascido em Estrasburgo, era conhecido da justiça pela prática de delitos comuns que não estavam relacionados com o terrorismo, indicando que este foi seguido pelos serviços de informação após se ter identificada "uma radicalização na sua prática religiosa", ainda que nunca tenha dado sinal de que poderia passar à ação.
Um dispositivo de 620 elementos das forças policiais foi mobilizado para encontrar o autor do ataque e as manifestações foram proibidas até novo aviso em todo o território da comuna de Estrasburgo.
Polícia alemã reforça controlo de fronteira
A polícia alemã intensificou o controlo nos postos fronteiriços com a França.
"O autor do atentado no mercado de natal em Estrasburgo permanece fugido. Mantêm-se os controlos na fronteira germano-francesa [repostos na noite de terça-feira], pelo que podem continuar a registar-se tempos de espera nas passagens fronteiriças", alertou a polícia através da sua conta oficial na rede social Twitter.
Os controlos estão também a ser reforçados nos transportes públicos, tendo sido, entretanto, reposta a circulação do comboio transfronteiriço D, suspensa na noite de terça-feira, segundo a imprensa.
Por outro lado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Alemanha atualizou as recomendações para as pessoas que queiram viajar para França.
"Na noite de 11 de dezembro de 2018 aconteceu um atentado contra um mercado de natal em Estrasburgo que fez vítimas mortais e feridos. Foi decretado o nível máximo de alerta e intensificaram-se os controlos fronteiriços. Pede-se aos viajantes que sejam especialmente prudentes e sigam estritamente as indicações das forças de segurança", pode ler-se na página online do ministério.
Número de mortos revisto
O balanço do ataque ao mercado de Natal em Estrasburgo foi revisto esta manhã pela prefeitura de Bas-Rhin, que deu conta de dois mortos, sete feridos graves e sete feridos ligeiros.
O presidente da câmara de Estrasburgo, Roland Ries, tinha confirmado na noite de terça-feira um balanço de quatro mortos avançado pela polícia, antes de o ministro do Interior, Christophe Castaner, numa conferência de imprensa, na madrugada de hoje, ter revisto a contagem de vítimas mortais para três.
O procurador de Paris Rémy Heitz, cujo departamento antiterrorista lidera a investigação sobre o ataque de Estrasburgo, dará esta quarta-feira uma conferência de imprensa às 12h00 locais (menos uma hora em Lisboa).
Um turista entre as vítimas
Contactada pela agência Lusa, fonte da secretaria de Estado das Comunidades disse pelas 07h00 de hoje que "ainda não tem informações a respeito da nacionalidade das vítimas".
Esta manhã, também, o jornal The Nation, sediado em Banguecoque, confirmando um relato feito por uma testemunha à emissora inglesa BBC, noticiou que um turista tailandês é uma das vítimas mortais.
Anupong Suebsamarn, de 45 anos, morreu vítima de um disparo na cabeça quando caminhava com a sua esposa pelo Mercado de Natal da cidade francesa, segundo representantes de uma associação de tailandeses em França citados pelo mesmo jornal.
O casal chegara no dia anterior a Estrasburgo, onde hoje é aguardada a chegada do embaixador da Tailândia em França, segundo indicou àquela organização a esposa do falecido, quando se encontrava no hospital.
O Governo francês elevou o nível de alerta no país para "emergência por atentado", com um reforço de controlo nas fronteiras, aumento de segurança nos mercados de Natal e mobilização de meios envolvidos no dispositivo antiterrorismo.
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